A Epic explica que a inversão da estratégia se deve ao facto de a Google tornar muito difícil que sejam instalados software de terceiros nos telemóveis Android. A gigante tecnológica avisa os utilizadores de riscos potenciais de segurança que podem não existir e descreve todo o software que não passe pela sua loja como sendo malware. Agora, o popular Fortnite passa a estar disponível através da Play Store. “Após 18 meses a operar o Fortnite para Android fora da Play Store, chegámos a uma conclusão básica (…): a Google coloca o software que pode ser descarregado de fora da Google Play em desvantagem, através de medidas técnicas e de negócio, como pop-ups assustadores e repetitivos de segurança para o software descarregado e atualizado, de acordos restritivos com operadoras e fabricantes, de táticas de relações públicas que caracterizam o software de terceiros como malware”, acusa a Epic em comunicado citado pelo The Verge.
Com a inversão da estratégia de disponibilização do jogo, depreende-se que a Epic vai ceder 30% das receitas conseguidas com compras in-app à Google, como ditam os termos da Play Store.
O CEO da Epic Tim Sweeney já expressou, no passado, o seu desagrado com as políticas da Google e da Apple em relação à disponibilização do software nas suas lojas de apps: “O imposto de 30% é um custo elevado num mundo onde os developers ficam apenas com 70% para cobrir custos de desenvolvimento, operação e suporte aos seus jogos”. Agora, a Epic Games afirma que “esperamos que a Google reveja as suas políticas e negócios no futuro próximo, para que todos os developers possam alcançar e fazer trocas comerciais com os seus clientes Android e na Play Store através de serviços abertos, incluindo serviços de pagamentos, e possam competir de forma equilibrada”.
“Não queremos qualquer tratamento especial para nós próprios; esperamos ver uma alteração global nas práticas desta indústria em relação a este ponto (…) Pedimos à Google que não aplique a sua expetativa publicamente divulgada de que os produtos distribuídos através da Google Play tenham de usar os serviços de pagamento da Google para as compras in-app”, detalha o comunicado publicado no seu site.
A Google já reagiu e rejeita o pedido dizendo que “a Google Play tem um modelo de negócio e política de faturação que nos permite investir na nossa plataforma e ferramentas para ajudar os programadores a construir negócios de sucesso, enquanto se mantêm em segurança. Damos as boas vindas a todos os developers que reconheçam o valor da Google Play e esperamos que participem com as mesmas condições que todos os outros”.