A BitSight, num trabalho assinado pelos investigadores portugueses Pedro Umbelino e Tiago Martins, analisou centenas de milhares de organizações de todo o mundo para concluir que 3% – o que, ainda assim, representa dezenas de milhares de empresas – têm pelo menos uma câmara, coluna ou microfone com ligações de comunicação abertas para a internet e, por isso, suscetíveis de serem usados para espionagem. Destas organizações, pelo menos 9% usa um ou mais aparelhos expostos, o que permite a hackers ouvir conversas ou ver as transmissões de vídeo.
“Identificamos vídeos expostos e transmissões de áudio de organizações de vários setores, incluindo hospitalidade, educação, tecnologia e governamentais. A educação é o que está em maior risco – quase uma em cada quatro organizações analisadas está suscetível a ser espiada”, concluem os investigadores Pedro Umbelino e Tiago Martins.
Sem revelar a identidade das empresas em risco, a BitSight informa que há organizações da lista Fortune 1000, uma tecnológica da Fortune 50, uma empresa de entretenimento da Fortune 100, uma instituição de telecomunicações da lista Fortune 50 e uma fábrica da lista Fortune 50 deste setor.
Os investigadores e a BitSight realçam as conclusões deste trabalho, numa altura em que há uma preocupação de vários governos em analisar as implicações de segurança das câmaras de videovigilância e que os líderes de segurança das empresas devem estar preocupados em reduzir a superfície de ataques possíveis. O trabalho completo pode ser lido aqui.
De recordar que, no ano passado, a Exame Informática já tinha revelado a existência de milhares de câmaras de videovigilância vulneráveis em Portugal, que permitiam espiar casas de pessoas e estabelecimentos comerciais.