O Ministério da Educação acaba de anunciar que as renovações de matrículas para os alunos dos 2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 8.º, 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade passam a ser automáticas – e que por isso já não precisam de ser feitas no Portal das Matrículas. A decisão surge como resposta ao grande número de problemas e queixas que o mau funcionamento do site de registo de matrículas tem gerado nos últimos dias.
Só os alunos que vão mudar para um estabelecimento de ensino diferente no qual estavam no ano letivo anterior e os alunos dos chamados anos de início de ciclo – 5.º, 7.º e 10.º anos – é que continuarão a necessitar de uma inscrição feita através do Portal das Matrículas.
O objetivo desta decisão é, segundo comunicado do Ministério da Educação, “aliviar o fluxo do Portal das Matrículas e, por conseguinte, poder melhorar a acessibilidade da página, para quem tenha de efetuar a matrícula por essa via”.
Contactado pela Exame Informática, o Ministério explica que as informações da renovação automática para a inscrição num novo ano letivo ficam do lado das escolas, escolas estas que depois contactarão os encarregados de educação para validação dos dados. Sobre a forma como esta comunicação será feita, o Ministério diz que será cada escola a definir o modelo dessa comunicação em função também do agregado familiar do aluno.
Ataques informáticos “complexos”
No mesmo comunicado, o Ministério volta a atribuir parte dos problemas do Portal da Matrícula – como dificuldades no acesso, lentidão na plataforma, o ser necessário várias horas para conseguir concluir todo o processo, campos de preenchimento que não mostram informação adequada ao processo de matrícula, entre outros – ao elevado número de acessos, adiantando que chegaram a ser feitas mais de 100 mil matrículas num só dia. Ainda segundo o comunicado, 70% do total das matrículas já foram concluídas.
Mas o Ministério da Educação também revela que o Portal das Matrículas foi alvo de vários “ataques informáticos de elevada complexidade”, sendo que o caso já está a ser acompanhado pelo Centro Nacional de Cibersegurança. Ao que a Exame Informática apurou, os ataques foram mais do que ofensivas de negação de serviço (DDoS) – que inundam uma página web com pedidos de acesso até deixar o site congestionado ou mesmo offline. Apesar da complexidade dos ataques, do que foi apurado até ao momento não houve acesso a dados pessoais dos utilizadores da plataforma.
Segundo dados fornecidos pelo Portal da Queixa à Exame Informática, desde 4 de maio, dia em que começou abriu o registo de inscrições para o novo ano letivo no Portal das Matrículas, e até esta segunda-feira, 6 de julho, foram registadas 414 queixas de utilizadores relativamente à plataforma do Ministério da Educação. A esmagadora maioria destas reclamações – 366 – foram feitas entre os dias 29 de junho e 5 de julho. Apesar do grande volume de problemas, só nesta terça-feira é que o Ministério da Educação falou na existência de ataques informáticos ao portal.
Atualização: Artigo atualizado com os dados mais recentes do Portal da Queixa sobre o número de reclamações feitas contra o site do Ministério da Educação