A Google lançou nesta sexta-feira uma nova ferramenta que mostra o impacto das políticas de isolamento social que têm sido impostas como forma de combate ao novo coronavírus (SARS-CoV-2). No caso português, a plataforma disponibiliza dados totais do país e também dados detalhados por distritos. Mas este é um lançamento global, estando o site disponível em mais 130 países.
A ideia, diz a tecnológica norte-americana, é mostrar uma tendência de movimento ao longo do tempo em categorias como uma superfície comercial, uma farmácia ou na afluência aos transportes públicos. A variação é apresentada sempre em percentagem e nunca no número total abaixo ou acima do fluxo que costuma existir. A informação usada para gerar os dados daquele que é o primeiro relatório de mobilidade da Google tem por base o histórico de localização dos utilizadores no serviço Google Maps.
Os indicadores disponíveis no site tanto podem ser usados por empresas para ajustarem a oferta dos serviços à procura existente, como também pode ser usada pelos governos para analisar os efeitos das medidas de isolamento social que têm sido decretadas um pouco por todo o mundo. De acordo com a informação partilhada pela Google, os dados mostrados têm um atraso, de 48 a 72 horas, relativamente às movimentações reais dos utilizadores.
A Google garante que a privacidade dos utilizadores está assegurada e que todos os dados foram anonimizados de forma a que não seja possível identificar pessoas ou deslocações específicas. A tecnologia que permite fazer esta agregação de dados é a mesma que também permite saber, por exemplo, quais as horas mais ‘concorridas’ e as mais ‘calmas’ num determinado restaurante, mas sem saber efetivamente quem lá está ou esteve. Essa tecnologia tem o nome de privacidade diferencial, como a Exame Informática já explicou numa ocasião anterior.
De forma resumida, a privacidade diferencial introduz dados numa base de dados que ajudam a mascarar a identidade dos utilizadores. A privacidade diferencial funciona melhor quanto maior o número de indivíduos da base de dados, daí que a Google não disponibilize o site em países nos quais tem um baixo número de utilizadores ou em categorias específicas por regiões – neste caso, a informação que teria de ser introduzida para garantir o anonimato dos utilizadores era demasiado significativa e afetaria o nível de confiança em termos de representatividade dos dados.
Apesar de também tocar na localização dos utilizadores, a ferramenta da Google funciona numa lógica de agregagação de dados e não numa lógica de identificação individual de pessoas – uma estratégia que tem seguida por alguns países, como a Coreia do Sul, para o controlo da Covid-19 e que tem gerado críticas, pela violação da privacidades das pessoas. Em Portugal, como a Exame Informática já adiantou, o Governo não tem planos para monitorizar pessoas através dos telemóveis.
Como desligar a localização
Os termos “privacidade” e “anonimato” são dos mais usados pela Google na apresentação desta nova ferramenta,. O histórico de localização no Google Maps está desligado por definição, mas já pode ter sido ativado para que o utilizador pudesse tirar partido uma funcionalidade específica. Mas desligar o rastreio da localização é simples.
Se quiser desligar por completo o histórico de localização do Google Maps, basta seguir este link. Uma alternativa é ter o histórico ligado e ir apagando dados desse registo. Se o quiser fazer, este é o link a seguir.