O Ministério da Educação disse nesta sexta-feira, através de comunicado, que está a fazer um “levantamento pormenorizado”, junto de cada escola, do número de alunos que não têm equipamentos em casa ou internet que lhes permita ter acesso ao ensino à distância.
Tal como a Exame Informática deu conta, a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) e a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) denunciaram a existência de casos de alunos que não estão a ter aulas à distância por falta de computadores e internet. “São seguramente milhares os alunos que não têm condições [para ensino à distância], não têm internet em casa”, alertou Jorge Ascenção, presidente da Confap.
“Atendendo à necessidade de organizar o ensino não presencial – além da disponibilização de conteúdos digitais, de plataformas, de formação, e de princípios orientadores para a organização desta modalidade de ensino – o Ministério da Educação (ME) assume, desde o início, como objetivo prioritário garantir que todos os alunos estejam ligados à Escola”, lê-se no comunicado enviado às redações ao final da tarde desta sexta-feira.
Além do levantamento dos alunos que não têm condições para participarem no ensino à distância, o Ministério da Educação informa ainda que está a fazer contactos com os operadores de telecomunicações e com empresas de hardware “para explorar as melhores soluções para uma resposta rápida e apoio à tomada de decisão”.
O Ministério revela ainda que está a contar com o apoio de escolas, municípios e associações de pais para a implementação de soluções locais que ajudem alunos sem condições a terem acesso ao ensino à distância.
Mas a existência de alunos sem condições para o ensino à distância está longe de ser o único problema por resolver após o fecho das escolas para conter a Covid-19: há escolas nas quais o método de ensino não está uniformizado, o que resulta em alunos a terem aulas em várias plataformas tecnológicas distintas, e a grande procura por soluções de ensino à distância tem tornado difícil, e por vezes mesmo impossível, a utilização de plataformas como a Escola Virtual, da Porto Editora, que passou de 250 para 550 mil utilizadores em menos de dez dias.