Durante anos, o Facebook promoveu o lema «é grátis; e será sempre grátis». Mas a verdade é que para os internautas a mais conhecida das redes sociais tem um preço. Que está longe de ser irrisório: investigadores das universidades de Susquehanna, de Tufts, do Estado do Michigan e do Kenyon College levaram a cabo três inquéritos que permitiram apurar que, em muitos casos, os internautas só aceitam desligar a conta de Facebook durante um ano se receberem valores que superam os dois mil dólares.
O estudo contemplou três vagas de questionários para pessoas de dois grupos etários – jovens estudantes e adultos. No primeiro questionário, os investigadores apuraram que os jovens estudantes estariam dispostos a desligar a conta de Facebook durante um dia, se lhes pagassem 4,17 dólares (3,64 euros). Esse valor subia para 37 dólares (32,34 euros) no caso de a interdição durar cerca de uma semana. Os investigadores multiplicaram estes valores para confirmar que, no caso de o desligamento durar um ano, os valores pedidos pelos utilizadores poderiam variar entre 1511 (1320,76 euros) e 1908 dólares (1667,77 euros), informa a Ars Technica.
Numa segunda vaga de perguntas, que já mesclou jovens e pessoas de idade madura, foi possível apurar valores mais elevados: os mais novos exigiram, em média, 2076 dólares (1814,42 euros) para não usar o Facebook durante um ano, mas os adultos contentavam-se com uma compensação de 1139 dólares (1042,88 euros).
Por fim, com um inquérito dirigido exclusivamente a adultos que recorreu à ferramenta online Amazon Mechanical Turk, os mesmos investigadores chegaram a valores mais inflacionados que nas outras duas levas de questionários: em média, cada adulto que participou neste inquérito exigiu 1921 dólares (1679,27 euros) para deixar de usar o Facebook durante um ano.
Os valores acabam por contrastar de sobremaneira com os valores de referência em Wall Street. De acordo com as análises bolsistas cada utilizador do Facebook terá um valor percecionado de cerca de 250 dólares (218,54 euros) nos dias que correm.
Os mentores do estudo recordam que as exigências dos utilizadores, podendo funcionar como indicador a ter em conta da valorização que cada indivíduo faz de um serviço, não tem de se refletir obrigatoriamente num preço: «Não estamos a defender que a Facebook comece a cobrar
às pessoas 1000 dólares pelo respetivo serviço», sublinha Jay Corrigan, economista do Kenyon College, para depois concluir que aplicação de um preço levaria «os utilizadores a migrarem muito rapidamente para um serviço concorrente que haveria de emergir rapidamente. Por isso, não me parece que haja maneira de o Facebook passar a cobrar esse dinheiro às pessoas».