O The Guardian obteve acesso a documentos internos do Facebook sobre a política de moderação de conteúdos e conclui que as próprias instruções são confusas e pouco claras. O trabalho do jornal britânico surge numa altura crucial, em que o Facebook está a ser chamado a controlar os impulsos dos mais de dois mil milhões de utilizadores e tenta moderar os conteúdos, evitando transmissões de crimes em direto, por exemplo, ao mesmo tempo que tenta respeitar a liberdade de expressão dos utilizadores e evitar censuras.
Vários moderadores falaram com os jornalistas do The Guardian e contaram as suas experiências e o seu dia-a-dia. A equipa obteve ainda acesso a centenas de manuais de treino internos, folhas de cálculo e gráficos que mostram como os funcionários devem moderar casos de violência, discursos de ódio, terrorismo, racismo e pornografia de vingança, entre outros.
A percepção geral destes moderadores é que «o Facebook já não consegue controlar os seus conteúdos, uma vez que cresceu demasiado e demasiado rápido», cita o Engadget.
Os documentos mostram que, por exemplo, um comentário como «para partir o pescoço a uma p*?a, assegura-te que aplicas toda a pressão ao centro da sua garganta» é permitido ficar publicado, mas «Alguém alvejou Trump» já seria um comentário banido.
As regras para partilha ou proibição de pornografia de vingança são as mais complexas que os moderadores têm de interpretar, havendo três critérios que os conteúdos têm de cumprir para poderem ser bloqueados.
Veja aqui o trabalho completo do The Guardian, na secção Facebook Files.