No primeiro lugar encontra-se o Reino Unido; no último lugar encontra-se a Grécia. Quase a meio da tabela do relatório “Study on Assessing and Promoting e-Accessibility” encontra-se a Administração Pública portuguesa com valores que rondam os 50% de conformidade com as normas que garantem que um site respeita os requisitos necessários para que cegos, surdos ou pessoas com limitações motoras consigam aceder à informação.
Neste estudo, que coloca Portugal abaixo da média da UE, foram analisados nove sites da Administração Pública, e três sites setoriais (um banco, um jornal diário e ainda um site de transportes ferroviários).
O relatório teve por base testes periciais feitos manualmente, em vez das baterias de testes automáticos que, em 2012, colocaram Portugal num honroso segundo lugar de um ranking de 192 países, que foi elaborado pela ONU.
Jorge Fernandes, coordenador da Unidade de Acesso da Fundação para a Ciência e Tecnologia (UFCT), considera que o uso de uma nova metodologia de testes não é um detalhe: «A realidade resiste a qualquer tipo de testes. E por isso a Alemanha ficou em primeiro lugar nos testes automáticos (levados a cabo pela ONU em 2012) e agora desce apenas para o segundo lugar da UE com as perícias manuais. Em contrapartida, a realidade, em Portugal, não será tão consistente, uma vez que caiu várias posições no ranking com a introdução de uma nova metodologia de testes».
Os testes levados a cabo pela Comissão Europeia incidiram sobre 10 pontos de análise, que têm em conta os critérios definidos pela norma Web Content Acessbility Guidelines 2.0 (WCAG 2.0). Nesses 10 pontos de análise, os sites portugueses apenas surgem acima da média em cinco. Cabeçalhos, legendagem, controlo através do teclado, mensagens de erro, etiquetas de formulários e validação HTML são alguns dos pontos da análise levada a cabo pelos peritos designados pela Comissão Europeia para a elaboração do relatório.
Jorge Fernandes atenta ainda para um pormenor revelado pelo relatório: «É importante notar que a média dos 27 países da UE está abaixo da média registada nos EUA ou na Austrália».
Recentemente, a Exame Informática testou os 20 sites mais populares a operar em Portugal e também os principais sites da administração pública nacional. Nenhum destes sites passou nos testes automáticos da norma WCAG 2.0, que são fornecidos pelo site da UAFCT. Na origem dos chumbos estava invariavelmente um “erro tipo A”, que impede o acesso à informação por pessoas com limitações físicas.