O Wareztuga continua a funcionar – mas sofreu no início da tarde de hoje um forte revés: um pedido de remoção enviado por três entidades que representam autores e produtores de vídeo em Portugal levou à inutilização de 8140 links.
A Exame Informática apurou que o pedido de remoção foi apresentado pela Federação de Editores de Vídeo (FEVIP); a Associação para Gestão de Direitos de Autores, Produtores e Editores (GEDIPE); e o Movimento Cívico Anti-Pirataria na Internet (MAPiNET). Segundo os autores da queixa, os links davam acesso a mais de 2700 filmes (em média, cada filme estava disponível em três links que direcionavam os internautas para serviços de alojamento de ficheiros externos ao site).
O pedido de remoção terá afetado todo o arquivo de filmes do Wareztuga. Apenas a secção de séries escapou à investida dos representantes dos produtores e autores vídeos. A Exame Informática sabe que os autores da denúncia privilegiaram a remoção da secção de filmes devido à dimensão e popularidade… mas não está posta de parte uma futura ação contra a secção de séries de TV.
Aparentemente, o pedido de remoção, que foi enviado esta manhã para vários serviços externos que alojam os filmes (PutLocker, BayFiles, ShockShare, etc.), apanhou de surpresa os gestores e os utilizadores do site, que já começaram a questionar o motivo da inoperacionalidade dos links disponibilizados. Um dos gestores revelou no fórum do Wareztuga que o problema foi detetado e promete um resolução «o mais rapidamente possível».
O Wareztuga.tv é hoje o segundo site especializado na livre partilha mais procurado pelos portugueses (52º lugar, apenas atrás do Pirate Bay, mas à frente de nomes sonantes como RTP, BES ou Santander-Totta).
Além da versão com o sufixo .tv, o site conta ainda com um "espelho" no endereço Wareztuga.me. Apesar de terem sido alvo de queixas da Fevip, MAPiNET e Acapor, na Procuradoria-Geral da República, ambas as versões mantêm-se em funcionamento.
Os próprios gestores do site anunciaram, no final de 2012, que não pretendiam desistir de manter operacional o site que consideram promover o livre acesso à cultura. Uma das razões para o facto de Wareztuga se manter em funções é o recurso a um serviço de alojamento de sites, que aparentemente, não acata pedidos de remoção nem cumpre as normas internacionais de cooperação ao combate à pirataria.
Além do Wareztuga, FEVIP, GEDIPE e MAPiNET apontaram a mira contra o blogue Cinema em Casa. Desta feita, o pedido de remoção, que foi apresentado ontem, apenas incidiu sobre cerca de 60 filmes que estavam a ser partilhados na Internet sem a autorização de produtores e autores. Segundo as três associações, os filmes estavam alojados num serviço externo e eram explorados comercialmente através ADF.ly, que tem a particularidade de pagar um valor por cada visita angariada pelos diferentes sites. .