Ai-Da foi batizada em homenagem à matemática Ada Lovelace e não teve vida fácil para entrar no Egito. Esta robô-artista passou dez dias nos calabouços, com as autoridades a recearem que o equipamento robotizado escondesse ferramentas de espionagem. O caso foi acompanhado pela embaixada britânica que tentou fazer com que a libertação acontecesse o mais rapidamente possível, de forma que Ai-Da pudesse estar presente na exposição do seu trabalho na Grande Pirâmide de Gizé.
O criador da artista, Aidan Meller, explica que os guardas a detiveram, primeiro, com suspeitas sobre o seu modem, depois sobre as câmaras. “Posso largar os modems, mas não posso tirar os seus olhos para fora”, explicou ao The Guardian. Os olhos do robô ‘escondem’ duas câmaras através das quais Ai-Da vê o mundo. Meller agradeceu publicamente ao embaixador britânico por ter trabalhado noite fora muitas vezes no sentido de agilizar a libertação de Ai-Da, no entanto, alerta que este atraso significa que vai ser muito difícil tê-la pronta para estar na exposição de arte contemporânea na região das Piramides.
Ai-Da vai expor uma escultura em barro com uma interpretação grega do enigma da Esfinge: o que tem quatro pernas de manhã, duas à tarde e três à noite. Esta artista foi completada em 2019, altura em que se fez a sua primeira exposição, com um auto-retrato.