Quem segue com o mínimo de atenção o mercado das tecnologias sabe que a Huawei vive um período desafiante em função do bloqueio do governo de Trump, que limita seriamente a venda de produtos e serviços de empresas americanas a empresas chinesas. É por esta razão que o Mate 30 Pro não inclui serviços Google de raiz e foi esta a razão que levou a Huawei a suspender o desenvolvimento de portáteis com Windows em meados de 2019.
No entanto, as novidades da Huawei para o mercado dos portáteis estão de volta. Tanto a Microsoft como a AMD conseguiram licenças de exportação que permitem que Huawei apresente novos portáteis da linha D, que chegam ao mercado a 12 de março.
Processadores AMD
Os Matebook D14 (14 polegadas) e D15 (15 polegadas), com preços que variam entre os 649 e os 749 euros, têm como principais características diferenciadoras o design minimalista a que a Huawei já nos habitou, com molduras de ecrã muito reduzidas (razão entre ecrã e chassis de 87%) o que leva a câmara a estar instalada no teclado (por baixo do que parece ser uma tecla). No que a componentes diz respeito, destaque para a utilização, por enquanto exclusiva, de processadores AMD, no caso Ryzen 3500U. Chips que têm demonstrado grande eficiência nos testes da Exame Informática. No entanto, isto não significa que a Huawei vá desistir de processadores da Intel, já que estes vão ser os chips escolhidos para equipar as novas versões dos portáteis Matebook X e Matebook X Pro, que a marca chinesa vai lançar na segunda metade deste ano.
Carregar 53% da bateria em 30 minutos
De acordo com os responsáveis da Huawei Portugal, os Matebook D vão suportar carregamento rápido através de USB-C, alcançando mais de 50% da bateria em 30 minutos. No entanto, a Huawei não revelou qual a capacidade da bateria.
Como já acontecia com anteriores Matebook, os novos D vão ter capacidade de partilha de conteúdos diretamente com smartphones Huawei. Basta tocar com o smartphone no portátil na zona do sensor NFC para surgir no ecrã do portátil a mesma imagem que é apresentada no ecrã do smartphone. A partir deste momento, o utilizador pode facilmente arrastar e largar conteúdos e ficheiros de um aparelho para o outro.
Um em três smartphones vendidos em 2019 foram Huawei
A Huawei está apostada em continuar a crescer assente na diversificação de hardware, de serviços associados e nas parcerias com outras marcas. O objetivo é, segundo Tiago Flores, responsável da área de consumo para Portugal, “criar um ecossistema centrado no smartphone onde todos os aparelhos estão interconectados”. E a marca tem razões para sorrir já que as vendas continuam em alta. De tal modo que, segundo dados apresentados aos jornalistas, “um em cada três smartphones vendidos em Portugal em 2019 foi da Huawei”.
Aposta reforçada nos Huawei Mobile Services?
Como vai ser o futuro dos smartphones Huawei sem Google que o bloqueio americano continuar? Os responsáveis da marca chinesa continuam a defender a ideia de que este será um desafio que vai tornar a empresa mais forte e até mais relevante no mercado. O que passa por aumentar cada vez o número e a qualidade das apps disponíveis na loja de aplicações da marca. Até há um objetivo para esta loja: oferecer pelo menos 90% das apps mais usadas.
Em declarações à Exame Informática, Tiago Flores revelou que a marca está a investir em disponibilizar aos programadores kits de desenvolvimento que permitem que as aplicações acedam de modo mais profundo às tecnologias proprietárias da Huawei, dando como exemplo o processamento neural (IA) e as câmaras. “Deste modo os programadores vão poder criar apps que são melhores nos Huawei do que em outros smartphones Android”, afiançou o responsável.