É uma bola – e isso já seria suficiente para despertar o interesse de uma criança. Mas a Hackaball é um pouco mais que uma bola: é também um pequeno computador, com sensores de movimentos, LED coloridos e sistemas de vibração. E está apta a ligar-se a um computador para programar diferentes funcionalidades numa aplicação criada para o efeito. O projeto da empresa britânica Made By Many tem a decorrer atualmente uma campanha de angariação de fundos no Kickstarter. A estreia comercial deverá ocorrer entre agosto e o final de 2015.
Nelson Sachse, programador português que se juntou há dois anos à Made By Many, conhece bem a Hackaball: «Na app, as crianças podem criar os seus próprios jogos, definindo regras que levam a bola a mudar de cores, a vibrar ou a produzir sons. Para isso apenas têm de lidar com blocos que se relacionam com uma lógica, que indica que se alguém fizer isto acontece aquilo. As crianças nem sequer precisam de saber ler bem para aprender as primeiras noções de programação com a Hackaball».
A Made by Many desenvolveu esta bola tecnológica para aliar a aprendizagem das tecnologias à atividade física. E a bola tecnológica que nasceu dessa iniciativa pretende refletir essa ambivalência: «uma criança pode definir um período máximo para a bola mudar de cor… quem tiver a bola nesse momento pode transformar-se um zombie e começar a correr atrás dos outros. Também se pode definir que a partir de um movimento mais brusco a bola começa a vibrar ou a produzir sons», refere Nelson Sachse, dando exemplos de jogos que podem ser inventados (e programados) por crianças.
A Hackaball tem um revestimento de plástico maleável. No interior, conta com um microcontrolador, um giroscópio, sensores de movimento, LED coloridos, um altifalante, e um sistema de vibração. Dispõe ainda de uma bateria e de um botão para ligar e desligar. A conexão com os tablets e os computadores (onde corre a app que programa as funcionalidades da bola) é feita por bluetooth.
Atualmente, a Made by Many tem a correr no Kickstarter uma campanha de angariação de fundos. Nelson Sachse acredita que a Hackaball poderá evoluir, no futuro, para um projeto open-source que permitirá o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas.