O novo fitossauro da Gronelândia foi descoberto em 2012, mas só agora está a ser oficialmente batizado, com uma publicação no Journal of Vertebrate Paleontology. O bizarro réptil parece-se com o crocodilo e é natural do período Triásico Superior. Do lado de Portugal, Victor López-Rojas, estudante de doutoramento, e Octávio Mateus, professor, representaram a FCT NOVA na equipa internacional que fez a descoberta.
Os fitossauros viveram em quase todos os continentes e, apesar das parecenças, não estão relacionados com os crocodilos: “Estes répteis têm o nariz retraído para a parte posterior do crânio, perto dos olhos”, distingue López-Rojas. Esta recolocação modificou o crânio em diferentes formas que permitem aos paleontólogos classificar as espécies.
O professor Octávio Lopes ingressou a expedição em 2012 e descreve que “um local que produziu pelo menos quatro fitossauros numa única camada, o que é raro e espetacular”.
A nova espécie, Mystriosuchus alleroq, inclui porções do crânio e ossos pós-cranianos e os restos de quatro indivíduos, pelo menos, permitiram aos cientistas da Universidade NOVA de Lisboa (Portugal), Universidade de Copenhaga e Geomuseum Faxe (Dinamarca) e da Universidade de Bona e do Museu de História Natural Bamberg (Alemanha) comparar a relação entre espécies para a descrever como uma nova espécie, mas também sobre a sua ontogenia.
Os investigadores explicam que os fitossauros da Europa apresentam algumas características nos membros e vértebras que nos levam a pensar que eram mais aquáticos e diferentes dos norte-americanos. A nova espécie da Gronelândia está intimamente relacionada com os fitossauros europeus e a descoberta enquadra-se em estudos anteriores sobre as afinidades faunísticas da Gronelândia Oriental e da Europa no final do Triássico, com novas espécies de anfíbios gigantes, peixes ou dinossauros primitivos descritos.