“Tenho aqui alguns qubits comigo”, diz-nos Ilana Wisby, já com a entrevista a decorrer há alguns minutos, como se fosse a coisa mais banal do mundo de se trazer na mochila. Qubits, leia-se, são bits quânticos. Enquanto num computador comum (clássico) a informação é processada em dígitos binários (bits), que podem ser ou zero (0) ou um (1), um computador quântico processa a informação em bits quânticos, nos quais a informação pode ser zero e um ao mesmo tempo.
A computação quântica tira partido de propriedades da Física Quântica – a que explica as regras da Física abaixo da escala atómica – como a sobreposição, que permite que uma partícula (um eletrão, por exemplo) possa ter dois estados em simultâneo. É desta forma que um único qubit pode ser zero e um em simultâneo. E isto traz vantagens em termos de capacidade de computação. Por exemplo, dois bits num computador clássico podem ser uma – e uma apenas – destas quatro combinações: 00, 01, 10 ou 11. Já um computador com dois qubits pode representar as quatro combinações ao mesmo tempo.