A sonda chinesa Chang’E-5 recolheu e analisou amostras de solo na Lua em 2020, com recurso aos instrumentos a bordo e no local. Depois do retorno da sonda, em 2021, a equipa conseguiu agora determinar a origem da água nativa, apontando para um local conhecido por Oceanus Proccelarum, ou ‘Oceano das Tempestades’ na Lua.
Os investigadores publicaram as conclusões do estudo agora na revista especializada Nature Communications, onde afirmam que “pela primeira vez no mundo, os resultados de análises laboratoriais de amostras recolhidas na Lua e de dados espectrais recolhidos in-situ foram conjugados para examinar a presença, forma e quantidade de ‘água’ em amostras lunares”, afirma Li Chunlai.
A equipa não encontrou água corrente na Lua, mas sim evidências da sua presença no nosso satélite, com as amostras a conterem 30 partes de hidroxila por cada milhão, quer em rochas, quer em partes do solo. As moléculas são compostas por um átomo de hidrogénio e um de oxigénio e consistem no principal ingrediente da água, sendo ainda o resultado mais comum da reação química de moléculas de água com outra matéria, explica o EurekAlert.
Uma pequena porção destas evidências tem origem em ventos solares a interferir na superfície da Lua, mas a maior parte “é indígena, demonstrando a presença de água de origem lunar nas amostras e que a água teve um papel importante na formação e cristalização do magma basáltico lunar”, lê-se no estudo.
“Ao investigar a água lunar e a sua origem, estamos a aprender mais sobre a formação e evolução, não só da Lua propriamente, mas também do Sistema Solar. Além disso, a água lunar deve fornecer um suporte importante para recursos humanos in-site no futuro”, conclui a equipa chinesa.
As sucessoras Chang’E-6 e Chang’E-7 devem continuar este trabalho de descoberta agora.