Investigadores russos colocaram vários sensores a profundidades entre os 700 e os 1300 metros no lago Baikal, Sibéria, na Rússia, o mais fundo da Terra. Estes aparelhos constituem juntos o Baikal-Gigaton Volume Detector (B-GVD), o maior telescópio espacial submerso do hemisfério norte, e vão ajudar a estudar os neutrinos, uma das partículas mais abundantes no Universo, mas também uma das que menos se conhece.
A comunidade científica sabe que os neutrinos podem viajar a grandes distâncias sem interagir com outras formas de matéria, dois fatores que dificultam o estudo destas partículas. Há esperança de que uma melhor análise permita saber mais sobre a história do Universo, lembra o Engadget.
A construção do Baikal-GVD começou em 2015 e conta com esforços da Rússia, Alemanha, Polónia, Eslováquia e República Checa. O telescópio tem centenas de módulos esféricos feitos de vidro e aço conectados à superfície através de cabos. A instalação ocupa atualmente uma área de 500 metros cúbicos, mas há a intenção de adicionar mais sensores, tornando o telescópio ainda maior. O observatório vai ser colocado a flutuar à superfície do lago, com os sensores a estarem ligados através de cabos a fornecer as suas leituras.
O lago, na Sibéria, é um dos maiores e o mais profundo, acreditando-se que tenha as condições ideais para albergar muitos neutrinos, estando coberto por gelo durante pelo menos dois meses do ano. Os neutrinos são difíceis de detetar e a água fornece um meio adequado para o fazer.