O projeto CADPath.AI vai permitir detetar cancros colorretal e cervical de forma mais precisa e totalmente digital. O processo deve estar disponível para os anatomopatologistas a partir de 2022 e introduz os algoritmos de Inteligência Artificial como complemento ao trabalho dos profissionais na identificação de anomalias.
Neste campo, o diagnóstico atempado e rigoroso é um instrumento essencial para o combate ao cancro e a tecnologia entra como um aliado imprescindível para auxiliar na identificação e na obtenção de segundas opiniões.
A patologia digital tem vindo a crescer nos últimos tempos, com o surgimento de scanners para digitalização de lâminas histológicas. Com o CADPath.AI vai ser possível realizar um diagnóstico em rede, auxiliado por outras ferramentas tecnológicas e diminuir o tempo que o patologista despende na observação microscópica, explica o comunicado de imprensa. Jaime Cardoso, professor da FEUP e investigador do INESC TEC, sublinha que “tarefas como, por exemplo, a identificação das células tumorais, a contagem de células mitóticas, ou a identificação de crescimento invasivo, assim como a sua medição, podem agora ser realizados através da utilização da Inteligência Artificial”.
“Continuamos focados na melhoria contínua do diagnóstico, mas pretendemos ir mais longe e disponibilizar ao mercado uma ferramenta de diagnóstico automático de patologias oncológicas; uma base de dados, contemplando as lâminas digitalizadas e respetivas anotações, história clínica e diagnóstico; e uma plataforma para geração de conhecimento científico”, refere Ana Monteiro, gestora de projetos no IMP Diagnostics.
A tecnologia está a ser desenvolvida pelo consórcio do projeto CADPath.AI – Computer Aided Diagnosis in Pathology e é um projeto do IMP Diagnostics em parceria tecnológica com o INESC TEC e com a empresa Leica Biosystems.