A Philips anunciou o ventilador Respironics E30, desenvolvido por uma equipa de engenheiros e médicos com grande experiência na área dos cuidados respiratórios. João Carlos Winck, do Departamento de Medicina da Universidade do Porto e membro da Sociedade Europeia de Medicina Respiratória, participou ativamente no desenvolvimento deste aparelho.
O Respironics E30 recebeu aprovação de diversas entidades como o INFARMED (Portugal), a FDA (EUA) e a Aemps (Espanha) para poder ser usado em ventilação invasiva e não invasiva e ajustar-se às necessidades dos pacientes com Covid-19, por exemplo, ao fornecer oxigénio suplementar para tratar a hipoxemia que esta patologia produz.
“Os pacientes com Covid-19 nas UCI são apenas a ponta do icebergue do problema, mas atraíram grande atenção pela falta de camas e de respiradores para os cuidados intensivos”, contextualiza o professor João Winck. “O Respironics E30 é a reformulação e modificação de um ventilador já existente e amplamente testado entre os pneumologistas”.
A Philips optou assim por adaptar um modelo anterior existente para fazer frente à escassez de ventiladores durante a pandemia de Covid-19, de forma a dar uma resposta rápida e massiva aos pacientes com insuficiência respiratória. A estratégia passa por “evitar ou pelo menos atrasar a necessidade de ventilação mecânica invasiva (…) para reduzir substancialmente a procura imediata por ventiladores nas unidades de cuidados intensivos”, explica o professor João Winck. A Philips consegue produzir cerca de 15 mil unidades por mês deste modelo e a opção de adaptar um modelo existente garante que os profissionais recebem um equipamento que já conhecem e com o qual estão familiarizados.
O aparelho tem uma interface muito intuitiva, que permite selecionar facilmente o modo de tratamento mais adequado, pode fornecer concentrações de oxigénio próximas a 100% ou pode ser integrado com sistemas para monitorizar a pressão, volume, oximetria e presença de fugas que são essenciais para avaliar a sua eficácia.
Além da resposta a esta fase da pandemia, “a preocupação com uma segunda vaga de casos de Covid-19 está muito presente em Portugal, Espanha e outros países, especialmente pelo risco de colapso dos sistemas nacionais de saúde”, pelo que equipar as unidades com “ventiladores como o Respironics E30 pode contribuir para fazer face a essa eventualidade”, conclui o professor Winck.