O lançamento da Perseverance, a nova sonda que irá ‘render’ a Curiosity em Marte, tem vindo a sofrer adiamento sucessivos. Agora, a nova data apontada pela NASA é 30 de julho, mas o terceiro adiamento faz com que a agência esteja a aproximar-se perigosamente do encerramento da janela temporal considerada ideal para o lançamento de qualquer sonda em direção ao planeta vermelho.
Apesar de Terra e Marte serem o terceiro e quarto planeta, respetivamente, em relação ao Sol, nem sempre estão próximos, devido às órbitas serem feitas a velocidades diferentes. Muitas das vezes, os dois planetas estão mesmo em lados opostos, pelo que, tecnicamente e se considerarmos as distâncias médias, Mercúrio é o planeta mais próximo da Terra. A janela temporal ideal para aproximação a Marte ‘abre’ a 17 de julho e ‘fecha’ a 11 de agosto.
A sonda Perseverance herda muitas das características da Curiosity, mas a NASA procedeu a algumas melhorias: as rodas resistem melhor a furos e danos que a sonda atual tem vindo a registar, há um pequeno helicóptero a bordo que permite explorar o terreno com mais detalhe e a nova sonda tem uma nova geração de câmaras e instrumentos científicos mais precisos.
O plano original previa o lançamento da Perseverance a 17 de julho, mas problemas de logística e agora no sensor de oxigénio líquido no foguetão Atlas V levaram a NASA a apontar para 20 de julho, depois 22 e agora dia 30 do mês corrente.
A ULA, United Launch Alliance, vai ter de corrigir o problema antes de começar novamente a preparação da logística de montagem da sonda a bordo e espera-se que o clima da Flórida esteja nas melhores condições para se fazer um lançamento a 30 de julho. Caso se passe janela temporal de 11 de agosto, Terra e Marte só estarão nas condições ideais para um novo lançamento em 2022, pelo que falhar nas próximas semanas representa um custo de milhões de dólares, além do impacto científico e dos atrasos que poderá provocar numa possível expedição tripulada a Marte.