Em Neptuno e Urano ocorrem reações químicas que originam ‘chuvas de diamantes’ nos núcleos dos planetas. Durante este fenómeno, acontece um afundamento de diamantes de grandes dimensões nos oceanos até chegarem ao núcleo sólido. Agora, uma equipa de investigadores anuncia ter avançado na experiência iniciada em 2017 e que procura perceber como é que esta ‘chuva’ se forma e acontece.
O trabalho está a ser conduzido por cientistas do Helmhloz-Znetrum Dresden-Rossendord recorrendo a um acelerador da Universidade de Stanford. O estudo final foi publicado na Nature Communication e a equipa conclui que “as nossas experiências estão a produzir modelos e parâmetros importantes onde, dantes, tínhamos apenas incertezas”.
Os investigadores recriaram as reações químicas que acontecem no núcleo dos dois planetas mais longínquos da Terra e aplicaram calor e pressão neste material, gerando depois também ondas de choque através de um laser ótico. A equipa concluiu que é necessária uma “pressão de 1,5 milhões de bars, o equivalente a colocar o peso de 250 elefantes em cima da cabeça de um prego”, explica Dominic Kraus, um dos físicos envolvidos neste projeto. Depois, a equipa usou a Linac Coherent Light Source (LCLS) para direcionar raios-X para a amostra obtida e medir como a luz se refletia nos seus eletrões. Pela primeira vez, foi possível observar a reação química dentro da substância não-cristalina a acontecer: os hidrocarbonetos dividiram-se, com o carbono a ser convertido em diamantes e afundar-se e o hidrogénio a escapar-se.
Esta reação pode também ajudar a explicar o motivo pelo qual o núcleo de Netpuno produz o dobro da energia daquela que absorve do Sol. Estes diamantes podem gerar energia em ondas gravitacionais e energia térmica à medida que vão ‘chovendo’.
Os cientistas esperam aplicar este conhecimento para resolver mistérios não só no nosso Sistema Solar, como em estrelas e planetas mais distantes.