Um grupo de investigadores conseguiu criar aquela que é a planta com o maior nível de brilho natural alguma vez registado. O feito foi divulgado nesta segunda-feira na publicação científica Nature Biotechnology e só foi possível graças à modificação genética da planta do tabaco explorando uma propriedade que existe em muitas outras espécies de plantas, o que abre portas para que mais vegetais possam ser ‘convertidos’ em plantas brilhantes.
Os investigadores integraram informação genética de um elemento de bioluminescência de uma espécie de cogumelos (neonothopanus fungus) no genoma da planta do tabaco. Isto foi possível graças à descoberta recente de que o ácido cafeico, um elemento que existe em todas as plantas, serve como o principal ‘motor’ de emissão de bioluminescência.
Segundo a publicação Vice, que cita o estudo publicado, as plantas de tabaco geneticamente modificadas produziram mais de mil milhões de fotões por segundo, o que permite à planta ter uma luminescência sustentável e que é visível a olho nu, garantem os investigadores. Ainda segundo o estudo, esta foi a experiência que criou a planta mais brilhante de sempre.
Os investigadores, na sua maioria de origem russa, trabalharam com a startup Planta, também de origem russa, para o desenvolvimento deste projeto. Outra descoberta importante é que a bioluminescência fez parte da planta do tabaco durante todo o seu ciclo de desenvolvimento.
“À medida que as plantas desenvolveram, a luminescência aumentou na zona de transição entre a raiz e o caule”, sublinham os investigadores. Os autores do estudo descobriram também que as componentes mais novas da planta, como as folhas, são as que mais brilham e que à medida que envelhecem, vão perdendo brilho.
A escolha pelas plantas de tabaco é justificada pelo facto de crescerem rápido e de já haver bastante conhecimento científico sobre esta espécie. O facto de o ‘segredo’ estar no ácido cafeico, que é comum a muitas outras espécies de plantas, pode abrir portas para que em breve plantas comuns possam também ter propriedades luminosas.