A Universidade de Cambridge procura manter os voluntários anónimos, mas isso está a limitar o seu trabalho, enquanto a Universidade Carnegie Mellon reforça ser crítico os voluntários registarem-se, mas está offline para já. Ambas as instituições têm equipas a desenvolver aplicações que usam Inteligência Artificial para analisar grandes conjuntos de dados para encontrar padrões que possam ser usados para resolver problemas. O objetivo é criar software capaz de distinguir a presença de Covid-19 da presença de outras doenças.
Em Cambridge, tosse-se para um microfone
Os investigadores da Universidade de Cambridge pedem que os voluntários respirem e tussam para um microfone do computador ou do telemóvel, forneçam detalhes sobre idade, género e localização habitual, além de que devem ler uma frase três vezes também ao microfone. A última informação necessária é a de que se foram diagnosticados como positivo nos testes de coronavírus. A professora Cecilia Mascolo explica que “o objetivo é recolher dados suficientes para se aferir se, a partir destes sons, podemos diagnosticar quem tem Covid-19 e talvez até o estágio da doença”, cita a BBC. A solução poderá ser usada pelas linhas de suporte, como a Saúde24 em Portugal. A expetativa é de que o produto final possa estar pronto em dois meses. No primeiro dia, 1200 pessoas forneceram as suas gravações e informações, dos quais 22 tinham sido testados como positivo.
Carnegie Mellon, utilizadores registados, mas serviço offline
Também na Universidade Carnegie Mellon, uma equipa começou um esforço semelhante. A diferença é que que se pedia que os utilizadores para se registarem com o seu endereço de email para obter acesso. O sistema esteve online apenas no dia 30 de março e baseava-se no Voice Detector construído pela Universidade de Pittsburgh. Depois da análise da tosse e da voz dos utilizadores, o sistema indicava qual a probabilidade de o utilizador ter a nova doença. No entanto, “não importa o número de anúncios e avisos que se coloquem – ou quão claramente digamos às pessoas que esta análise não é clinicamente validada – algumas pessoas aceitam o veredito da app como sendo a palavra de Deus (…) Temos pouca margem de erro e estamos a deliberar como é que vamos apresentar os resultados para que estes riscos desapareçam”, disse a Dra. Rita Singh.
Esta app deve voltar a estar online até ao final da semana.
Os responsáveis de ambos os projetos alertam que a limitação dos equipamentos devem ser consideradas. No cenário atual, onde é pedido a todos que se mantenham em casa e isolados, a gravação das amostras tem de ser feita pelos microfones de computadores e telemóveis.