Ed Catmull e Pat Hanrahan, dois antigos funcionários da Pixar Animation Studios, são os vencedores da edição 2019 do prémio Turing. O anúncio foi feito esta quarta-feira pela Association for Computing Machinery. O galardão é considerado uma espécie de prémio Nobel para a indústria da computação e os dois laureados foram distinguidos pelo desenvolvimento da tecnologia de computação gráfica que permitiu a criação de Toy Story (considerada a primeira longa-metragem em animação feita por computador) e que agora está presente em todos os smartphones e portáteis.
Sendo mais específicos, Ed Catmull criou tecnologias que possibilitavam visualizações de objetos com superfícies curvas e que permitiam a designers colar uma imagem 2D na superfície de um objeto 3D para obter um aspeto mais realista. Além disso, foi o primeiro presidente da Pixar, uma empresa spinoff da Lucasfilm criada em 1986 e que contou com o apoio de Steve Jobs.
Já Pat Hanrahan foi fundamental para a criação de RenderMan, um software que automatiza tarefas de computação gráfica, como determinar de que forma a luz é refletida a partir de texturas de objetos. Este software foi utilizado em Toy Story, que foi lançado em 1995, e em todos os filmes da Pixar desde então, tendo igualmente marcado presença em títulos como Avatar, Titanic, na trilogia Senhor dos Anéis e em alguns dos filmes de Star Wars. Pat Hanrahan é agora docente na Universidade de Stanford e esteve na Pixar entre 1986 e 1989.
As tecnologias desenvolvidas pela dupla acabaram também por contribuir para as áreas de inteligência artificial (IA) e supercomputação. É que Ed Catmull e Pat Hanrahan impulsionaram a indústria dos processadores gráficos e os GPUs são partes essenciais dos desenvolvimentos verificados em IA e supercomputadores.
Destaque-se que o prémio Turing conta com o apoio financeiro da Google e distribui um prémio de um milhão de dólares.