Uma equipa de astrónomos confirma ter detetado a maior explosão no Universo desde que este foi formado, há mais de 13 mil milhões de anos. O fenómeno foi desencadeado num buraco negro gigante na galáxia Ophiuchus, a 400 milhões de anos-luz da Terra. Melanie Johnston-Hollitt, astrofísica que faz parte da equipa que descobriu esta explosão, explica que “já vimos explosões no centro de galáxias antes, mas esta é realmente gigante (…) e não sabemos qual a razão de ser tão grande”, cita a publicação Vice.
Esta explosão é cerca de cinco vezes maior do que a que detinha o recorde até agora (no cluster MS 0735+74), mas não aconteceu de uma só vez como o Big Bang, tendo ocorrido durante centenas de milhões de ano. A erupção terá sido causada pelo núcleo ativo galático (AGN na sigla em inglês), o termo usado para descrever a região central da galáxia onde se localizam emissões intensas de radiações e explosões.
Com esta explosão, foi criado um buraco gigante no plasma à volta do buraco negro, dando origem a um ‘fóssil’ que tem vindo a ser estudado por investigadores há anos. A equipa de cientistas confirma no estudo publicado no The Astrophysical Journal que se trata de um “velho fóssil da explosão AGN mais potente de sempre”, assentando as suas conclusões nas observações recolhidas em dois telescópios espaciais (o NASA Chandra X-ray e o XMM-Newton da ESA) e em dois observatórios terrestres (Murchison Widefield Array na Austrália e Giant Metrewave Radio Telescope na Índia).
A equipa confirma que a afinação e a maior sensibilização dos telescópios disponíveis vai servir para encontrar cada vez mais fenómenos destes.