Uma equipa internacional de cientistas concluiu que a temperatura média dos oceanos na Terra cresceu 0,075 graus centígrados face à média registada entre 1981 e 2010. Apesar de o valor parecer pequeno, tem de se ter em consideração o volume massivo dos oceanos em todo o planeta, o que significa que foi necessário um fluxo abismal de calor para conseguir este “feito”. Um dos investigadores da equipa determinou que a energia necessária para produzir o aquecimento referido é equivalente a bombardear os oceanos com cinco bombas semelhantes à de Hiroshima, por segundo, todos os segundos, 365 dias por ano, durante 25 anos. Lijing Cheng revela em comunicado de imprensa que se trata do equivalente a 3,6 mil milhões de detonações como a da bomba que os EUA lançaram sobre o Japão em 1945.
A equipa ainda foi buscar outro comparativo para deixar o aviso: o aquecimento que se sentiu só seria conseguido se todas as pessoas da Terra estivessem a apontar cem secadores de cabelo para os oceanos constantemente durante o ano.
O estudo publicado no Advances in Atmospheric Sciences deixa ainda o alerta: este aquecimento não está a manter-se, mas sim a agravar-se, com as consequências já conhecidas. O gelo está a derreter mais rapidamente, causando a subida do nível dos mares, os golfinhos e outras formas de vida marinha estão a perecer por não se conseguir adaptar e até a quantidade de água que se está a evaporar para a atmosfera devido ao calor está a prejudicar o planeta. John Abraham, cientista da Universidade de St. Thomas, nos EUA, avisa que tudo isto «faz com que os furacões e tufões se tornem mais poderosos e a cadência da chuva se torna mais intensa. É como termos dado esteróides às nossas águas».
O facto de o aquecimento se agravar, em vez de se manter estável ou reduzir, piora a situação a cada momento que nos atrasamos, enquanto Humanidade, a tomar qualquer medida.