Razmik Mirzoyan, astrofísico do Instituto de Física Max Planck, na Alemanha, descreve que «estas são as leituras de energia mais loucas – os eventos eletromagnéticos conhecidos mais intensos do universo. Agora, sabemos que as explosões de raios gama são ainda mais poderosas do que pensavamos.» As explosões de raios gama (GRB, na sigla em inglês) são explosões de energia extremamente elevadas, que duram entre menos de um segundo a vários minutos e que ocorrem quase no limite do Universo observável, em média uma vez por dia, resultado de estrelas com massas entre 30 a 50 vezes superiores à do Sol.
Com a articulação de 20 telescópios em terra, coordenados para gravar o mesmo evento, foi possível captar uma destas explosões. A 14 de janeiro um telescópio espacial da NASA indicou o início de uma explosão de raios gama e comunicou o alerta para os telescópios em terra, mais poderosos, em apenas alguns segundos. O par de telescópios Magic (de Major Atmospheric Gamma Imaging Cherenkov) esteve entre os que foram programados para abandonar qualquer observação e focar-se no ponto do céu em questão caso surgisse este alerta. As equipas em Terra foram surpreendidas quando os telescópios de 64 toneladas se começaram a ajustar para observar um evento até então desconhecido, apenas 58 segundos depois do aviso da NASA, explica o The Guardian.
Os investigadores calculam a quantidade de energia libertada nestes eventos ao medir quantos fotões são detetados nos telescópios e quanta energia cada um tem. «Esta explosão aconteceu a 4500 milhões de anos-luz de distância. Enquanto o raio gama viaja esta distância, tem uma certa probabilidade de encontrar fotões de baixa energia, a conhecida luz de fundo extragalática, que é uma luz antiga emitida por todas as estrelas e todas as galáxias durante o tempo de vida do universo», explica Mirzoyan.
Estas conclusões vão agora ser analisadas por uma equipa independente.