Acreditava-se que, por terem passado tempo no espaço, astronautas e cosmonautas corriam mais riscos de morrer de cancro ou doenças do coração. No entanto, um estudo de Robert Reynolds, da Mortality Research & Consulting, dos EUA, concluiu que esse risco não existe atualmente. Ainda assim, o investigador alerta que quanto mais prolongadas forem as missões, maior será a probabilidade de estas doenças aparecerem nos astronautas e cosmonautas.
O cientista analisou as estatísticas disponíveis publicamente sobre 301 astronautas e 117 cosmonautas, todas as pessoas que foram ao espaço desde 1959, da NASA e da Rússia, até julho de 2018 (para os astronautas) e dezembro de 2017 (para os cosmonautas). O tempo de follow up médio foi de 24 e 25 anos respetivamente, noticia o Gizmodo. Reynolds identificou que, dos 418 sujeitos analisados, 89 já faleceram. A equipa tentou perceber quantos destes tinham morrido por cancro (30% e 28%) ou de doenças cardiovasculares (15% e 50%). Apesar de os dados parecerem elevados, os cientistas relativizam e indicam que não há qualquer tendência anormal ou nada que indique a exposição a radiação ionizante contribua para uma maior incidência destes casos.
É preciso ter em consideração, no entanto, que a maioria destas pessoas esteve no espaço, mas a coberto do campo magnético da Terra. Calcula-se que, quanto mais longe se for no espaço e se sair desta proteção, mais o risco possa aumentar
Um estudo de 2013 da NASA indica que, sem um fato de proteção adequada, os astronautas que fossem para Marte iriam estar sujeitos a tanta radiação como se estivessem a fazer TAC ao corpo todo uma vez por semana durante um ano.