A missão da InSight começou com um lançamento em maio de 2018 e uma chegada à superfície de Marte em dezembro, altura desde a qual a sonda está a aguardar para captar indícios de um “martemoto”, um simo que ocorra no Planeta Vermelho. Para esta monitorização, a sonda conta com um aparelho muito sensível criado pela agência espacial francesa, a CNES, e que está selado em vácuo para conseguir captar os mais infímos sinais de perturbação na crosta marciana.
Agora, a NASA anuncia que a sonda captou sinais de atividade, mas que foram demasiado pequenos para uma análise mais completa. A causa do “martemoto” registado a 6 de abril ainda é desconhecida, mas os investigadores estimam que se trate de pequenos movimentos que passam pelas fendas e falhas da crosta rochosa do planeta. À medida que Marte arrefece, as rochas diminuem e libertam energia que pode resultar em alguns tremores, explica o The Verge. Neste caso, uma vez que as ondas passam por várias rochas de tipos e idades diferentes, estes sinais podem fornecer informações cruciais sobre a estrutura e o interior do planeta. A causa para os “martemotos” pode ser assim semelhante à que provoca abalos na superfície da Lua também.
«Temos estado a recolher ruídos de fundo até agora, mas este evento marca o arranque de uma nova disciplina: sismologia marciana», disse Bruce Banerdt, investigador principal da missão no JPL da NASA.
O outro instrumento da InSight, uma broca apelidada de “toupeira”, está presa desde fevereiro e não tem sido de muita utilidade, embora os cientistas ainda tenham esperança de a conseguir libertar.