Não é a primeira vez que as tecnologias da Tekever participam numa missão espacial – mas desta vez, a responsabilidade da empresa portuguesa que começou por dar que falar com o desenvolvimento de drones é substancialmente maior: «Vamos fornecer as comunicações de rádio que vão ser usadas para os dois satélites da missão PROBA-3 se movimentarem de forma sincronizada. Trata-se de um elemento crítico para o sucesso desta missão», explicou Ricardo Mendes, líder da Tekever, poucos antes da assinatura do contrato com a ESA, durante 5.º Fórum Português do Espaço, que decorreu no dia de hoje em Lisboa.
Com o contrato, a Tekever recebe até dois milhões de euros pelo fornecimento de um sistema de comunicações rádio que torna possível a estreia da ESA em missões com dois satélites que se deslocam de forma concertada. Na PROBA-3, o sistema da Tekever vai garantir as comunicações de rádio que permitem que os dois satélites da ESA assumam os posicionamentos necessários para a recolha de imagens e dados da coroa solar.
O Inter-Satellite Link, que resulta do trabalho que a Tekever tem vindo a desenvolver para o setor espacial nos últimos cinco anos, também pode repercutir-se num novo estatuto para a empresa de Óbidos – e também para o cluster espacial português: «Somos provavelmente a primeira empresa portuguesa a tornar-se fornecedora de segundo nível da ESA. Não tenho conhecimento de uma empresa portuguesa que seja fornecedora de segundo nível num projeto da ESA com a envergadura», explica Ricardo Mendes numa alusão à hierarquia de fornecedores das tecnologias usadas nas missões espaciais.
A missão PROBA-3 deverá enviar para as imediações do sol dois satélites de 500 quilos. O lançamento está agendado para 2017. A missão tem um custo estimado de 200 milhões de euros.