Apesar de ser uma fonte de energia extremamente limpa e poderosa, existem várias dificuldades que têm atrasado a promessa de uma sociedade alimentada por este combustível. As maiores dizem respeito à sua produção, armazenamento e transporte. Mas um cientista diz ter ultrapassado todas estas questões recorrendo ao açúcar.
Segundo o The Guardian, Percival Zhang, professor de bioengenharia no Virginia Tech Institute, pretende recorrer a uma abordagem diferente para produzir hidrogénio: usar açúcar, mais especificamente açúcar produzido através de biomassa vegetal. O projeto chama-se, naturalmente, Sweet Hydrogen, ou Hidrogénio Doce.
Zhang diz que a biomassa vegetal (plantas, árvores ou qualquer outro tipo de desperdício vegetal), uma fonte abundante e renovável de açúcares e amido que é usada neste momento para biocombustíveis, pode passar a ser usado para produzir hidrogénio.
Para atingir este objetivo, a sua equipa passou os últimos anos a tentar criar um cocktail de enzimas capaz de “digerir” a matéria vegetal para produzir açúcares úteis. Para tal, os cientistas extraíram enzimas de microrganismos extremófilos, capazes de habitar ambientes extremos e de prosperar em temperaturas até aos 100º Celsius. O cocktail de enzimas alimenta-se de xilose, um tipo de açúcar, e é capaz de libertar até três vezes mais hidrogénio que os micro-organismos naturais.
A sua equipa é neste momento capaz de extrair hidrogénio com um alto grau de pureza a temperaturas relativamente baixas de 50º Celsius. Devido à grande eficiência do processo, o Professaor Zhang acredita que o seu modelo pode ser escalado com facilidade.
Quanto ao outro problema relacionado com o hidrogénio, a dificuldade de armazenamento devido à grande inflamabilidade, o Professor Zhang diz que a questão se resolve também facilmente recorrendo ao açúcar. Ou seja, em vez de armazenar hidrogénio, o Professor propõe que se leve o açúcar até um carro movido a hidrogénio, por exemplo, e deixar que um biorreator produza o hidrogénio no local.
Como sempre, este trabalho ainda está numa fase inicial, mas já atraiu investimento da Shell bem como de um número de institutos de investigação nos EUA.