Num olhar rápido, o Zoe Z.E. 50 não parece ter grandes diferenças do anterior, mas não é preciso observarmos com muita atenção para percebermos as diferenças, como o capô mais vincado e faróis mais agressivos. Truques de design que nos levam a acreditar que o carro está mais largo e mais desportivo, apesar de manter as mesmas dimensões do modelo anterior.
Uma das evoluções mais importantes torna-se evidente quando se abre a tampa que esconde a tomada de carregamento e que ostenta o logótipo da marca: uma ficha CCS. O que significa que este novo Zoe é o primeiro a suportar carregamento com corrente contínua, neste caso a uma potência máxima de 50 kW, que também é a potência máxima disponível nos Postos de Carregamento Rápido (PCR) disponíveis na rede nacional gerida pela Mobi.E. O que nos leva à novidade mais importante: a bateria cresceu para os 52 kWh. Na verdade, cresceu pouco em tamanho porque mantém o mesmo formato, mas cresceu e muito em capacidade – recorde-se que o Zoe atualmente comercializado tem uma bateria com capacidade máxima de 41 kWh. Um aumento expressivo que se traduz numa autonomia máxima WLTP de quase 400 Km. Apesar de o novo Zoe só estar disponível com esta capacidade de bateria, há pequenas variações de autonomia entre versões, sobretudo porque o novo Zoe até agora disponível com um motor de maior potência (100 kW) que complementa o o motor de 80 kW já conhecido.
A Renault garante que o novo Zoe traz ganhos de eficiência, destacando uma nova bomba de calor para diminuir os consumos associados à climatização. Outra novidade implementada para aumentar a eficiência é o modo de condução B que vem complementar o modo normal. Um modo que já conhecíamos de outros veículos elétricos e que, quando ativado no seletor de mudanças, aumenta a travagem com o motor para regenerar mais energia para a bateria. Desta forma, não só se evita a utilização dos travões como se usa as desacelerações para ganhar autonomia.
Mais velocidade de carregamento
Como os Zoe anteriores, o carregador interno “camaleão” continua integrado, suportando carregamentos em corrente alternada até 22 kW. Uma vez mais, a potência máxima dos Postos de Carregamento Normal da rede Mobi.E. Uma vantagem importantíssima para o Renault já que os concorrentes têm, regra geral, carregadores internos de 7 ou 11 kW. Se não está muito por dentro dos veículos elétricos e já está confuso sobre potências em carregamento com corrente contínua e com corrente alternada, uma explicação rápida: os carregadores de corrente contínua (DC) comunicam diretamente com a bateria do carro e são, regra geral, usados para potências mais elevadas e mais eficientes (carregamentos mais rápidos), mas também são mais caros e, como tal, mais raros; os carregadores de corrente alternada (AC) estão dentro do carro e fazem a conversão deste tipo de corrente, que é a que usamos em nossas casas, para a corrente contínua usada pela bateria e existem em maior número. Como o novo Zoe suporta as potências máximas dos dois sistemas disponíveis na rede Mobi.E, este carro carrega sempre à máxima velocidade possível, quer se use os novos Postos de Carregamento Normal que têm sido instalados sobretudo em zonas urbanas, quer utilizado os Postos de Carregamento Rápido, mais instalados em estações de combustíveis para viagens mais longas. Em termos práticos, o carregamento DC a 50 kW permite carregar até cerca de 150 km em 30 minutos e o carregamento AC a 22 kW recupera até 120 km numa hora.
Interior novo e tecnológico
Se o exterior do Z.E. 50 pode ser, à primeira vista, ser confundido com os Zoe anteriores, o mesmo não se pode dizer do anterior. Está mesmo muito diferente. Bem mais sofisticado o que valoriza muito o Zoe relativamente aos antecessores. Sofisticado não só o que concerne ao design e aos materiais utilizados – agora até é usado tecido obtido através da reciclagem de garrafas de plástico e de cintos de segurança – como também no que à tecnologia diz respeito. O ecrã com mais de 10 polegadas de diagonal em frente ao condutor é de série e apresenta um grafismo muito elegante e informativo. Pode, por exemplo, apresentar o sistema de navegação e é aqui que são apresentadas as informações sobre o apoio à condução – e há muitas funcionalidades neste campo, incluindo travagem automática para evitar colisões frontais, aviso de transposição acidental de faixa de rodagem e sensores em redor do veículo para ajudar nas manobras.
Ao centro temos um género de tablet ao alto que pode chegar às mais de 9” dependendo da versão do carro. É aqui que se controla o Easy Connect que, entre outras “apps”, pode incluir navegação com opção de escolha da rota energeticamente mais eficiente e inclusão dos pontos de carregamento. Segundo informações da Renault, este sistema inclui a possibilidade de ver o estado de disponibilidade dos postos. É também através deste ecrã tátil que se pode analisar os fluxos de energia, controlar o multimédia e gerir a ligação ao smartphone. Neste campo é importante referir que a navegação pode ser planeada na app do smartphone e transferida para o navegador do carro.
Preço mais em conta
Considerando todas as novidades, com destaque natural para o aumento da capacidade da bateria e das opções de carregamento, o preço acaba por ser uma agradável surpresa. Isto porque os preços base para o novo Zoe são 1200 euros inferiores aos do atualmente em comercialização, começando nos 23990 euros para quem quiser comprar o Zoe sem propriedade da bateria, o que obriga a um pagamento de um aluguer mensal, ou de 31990 para a compra integral (com propriedade de bateria). A Renault ainda não divulgou as diferentes configurações e respetivos preços, mas garante que essa informação vai ser divulgada brevemente até porque o novo Zoe deverá entrar em comercialização já em novembro. Mas há algumas características importantes que são de série em todas as versões, como o tal painel instrumentos totalmente digital com mais de 10 polegadas de diagonal e os faróis “full LED”.