Na altura em que falamos ainda não sabemos se a missão Artemis já está a caminho do seu destino, depois de dois adiamentos do lançamento devido a fugas no tanque de combustível. Mas estas falhas em cima do acontecimento não beliscam, de forma alguma, a convicção do astrofísico Pedro Machado de que tudo esteja a correr “dentro da normalidade” e de que este anunciado regresso à Lua irá mesmo acontecer. “Duas negas não significa que esteja a correr mal. Tudo isto é normal, sobretudo quando se trata de um voo de teste”, apressa-se a esclarecer o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA).
É com estrondo que a NASA pretende regressar à Lua, depois das míticas missões Apolo e do tal “primeiro passo para o Homem” de Armstrong, em 1969. Mais de cinquenta anos depois, a agência americana quer atingir o satélite natural da Terra com o mais poderoso dos foguetões até hoje utilizado, o Space Launch System (SLS), também apelidado de mega-foguete lunar. Intenções políticas e ambições extraplanetárias juntam-se a este desígnio que os americanos projetaram, desta vez com a ajuda das agências europeia, canadiana e japonesa e ainda uma forte parceria com a indústria.