Entre os aspetos maus da pandemia, há outros que não são assim tão maus. Os hábitos de higiene e limpeza, por exemplo, ganharam uma maior importância na vida de cada um devido à forma como o vírus da COVID-19 se transmite. Um estudo recente da Currys PC World, com o microbiólogo Jonathan Hughes, realizado no Reino Unido, mostra onde as bactéricas e os germes se escondem em casa, como afetam cada um e os hábitos de limpeza e higiene que os britânicos mais valorizam.
Se antes não dava tanta atenção aos micróbios, é provável que hoje pense automaticamente onde está ou vai tocar. O estudo realizado no Reino Unido consistiu na análise de bactérias nas áreas das casas de diferentes pessoas e grupos demográficos. Uma das principais conclusões é de que o chão de todas as casas é dominado por bactéricas Pseudomonas aeruginosas e 10% contém Enterecocos fecais (FS). Segundo afirmou o cientista, em comunicado, estas bactérias são transportadas “a partir da sola dos nossos sapatos e das patas dos nossos animais de estimação” e é “encontrada no solo e na água”, ou no intestino humano ou animal, no que diz respeito aos FS. Podem causar doenças em plantas, animais ou humanos, como vermelhidão da pele e feridas, e causar vómitos, diarreia e náuseas, respetivamente.
Foram ainda analisados os hábitos de limpeza e higiene dos inquiridos britânicos, o que permitiu perceber que 28% proibiam o uso de sapatos em casa e 55% incentivava os convidados a tirarem os sapatos antes de entrar. Além disso, 87% alega limpar o chão da cozinha todos os dias, 80% diz limpar o chão da sala todos os dias e 79% limpará o chão da casa de banho todos os dias. Talvez por isso 56% dos britânicos participantes no estudo ache aceitável comer comida que cai no chão e 87% o faça mesmo. Dentro de casa, as esponjas continuam a ser os objetos mais contaminados, tendo sido encontrados os três tipos de bactérias.
Para Jonathan Hughes deve-se “limpar o chão uma vez por semana para garantir uma boa higiene e manter as populações de bactérias sob controlo” e “limpar imediatamente” caso algo contamine o chão ou aconteça um acidente. Ainda assim, não é, no entanto, aconselhável comer comida que caia ao chão pois “assim que o alimento entra em contacto com o chão, as bactéricas começam a transferir-se instantaneamente”, sendo que “a taxa de transferência depende da natureza do alimento e da superfície do piso”, disse Hughes. Portanto, é para esquecer a suposta regra dos três segundos ou mesmo a técnica de soprar.