Ainda não pararam as repercussões das revelações feitas pela denunciante e ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, que contou, entre outras coisas, que no gigante tecnológico era bem conhecido o impacto que o Instagram tinha na saúde mental das miúdas adolescentes sem que nada tenha sido feito para o combater.
Sob a coordenação da organização do Reino Unido, Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade Contra as Crianças (NSPCC), 59 entidades dedicadas à segurança infantil assinaram uma carta, endereçada ao patrão Mark Zuckerberg, instigando a que sejam adotadas cinco medidas, como forma de recuperar a confiança dos utilizadores. São estas as exigências:
- Partilhar a investigação sobre saúde mental e bem-estar infantil e ceder os dados a investigadores independentes, organizações da sociedade civil e reguladores.
- Informar sobre as pesquisas realizadas sobre os serviços e opções de design do Facebook e quais o que contribuem para o abuso sexual infantil, com divulgação dos resultados.
- Publicar as avaliações de risco do Facebook, incluindo a avaliação de risco regulamentar exigida pelo Código da Criança do Reino Unido.
- Ser transparente nas avaliações de reputação de produtos do Facebook.
- Rever as implicações ao nível da proteção infantil da criptografia de ponta a ponta e aceitar uma avaliação de risco nos impactos nas crianças.
Muitos dos signatários da carta, divulgada hoje, já tinham escrito a Mark Zuckerberg, em fevereiro de 2020, expondo preocupação acerca do impacto da criptografia de ponta a ponta, antes de as mitigações técnicas terem sido desenvolvidas e implementadas. Com a carta, assinada por 59 entidades e figuras de relevo na área da proteção de crianças – Portugal está representado pela MiudosSegurosNa.Net e pela AjudAjudar – reitera-se o pedido de que a empresa só prossiga quando puder demonstrar que a segurança e o bem-estar das crianças não serão comprometidas.