Onde para o vírus nas unidades de saúde? Esta é uma questão crucial no combate à pandemia. Seguir o rasto ao coronavírus é o objetivo de uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) que está a fazer um estudo para identificar os pontos críticos de contaminação em unidades de saúde. Serão analisadas várias superfícies bem como o ar interior para verificar a eficácia das medidas de higienização adotadas em cada um dos espaços.
Na primeira fase do projeto, que obteve 40 mil euros de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito da iniciativa “Research4Covid”, será escrutinada uma unidade de hemodiálise, um ponto crítico dada a natureza dos procedimentos e a fragilidade face à Covid-19 dos doentes que as frequentam.
Além de identificar os pontos em que o risco de presença de vírus é maior e determinar a melhor forma de o detetar, o projeto visa ainda avaliar a eficácia de dois equipamentos de purificação de ar no que respeita ao SARS-CoV-2. Uma das tecnologias passa pela utilização de radiação ultravioleta, a outra pela utilização de filtros HEPA (sigla que se refere a High Efficiency Particulate Air).
Desta forma, será possível perceber o grau de contaminação do ar e avaliar, com rigor, a eficácia destes dois tipos de aparelhos na desinfeção.
Serão feitas colheitas em diferentes superfícies, como mesas, cadeiras, equipamentos médicos, puxadores de portas e recolhas de ar no interior das unidades, sendo a análise dos filtros dos sistemas de ventilação outro dos objetivos.
«O nosso ponto de partida é a investigação da contaminação no interior de uma unidade de saúde com doentes COVID-19. A transmissão entre pessoas pensa-se que ocorra, sobretudo, por contacto e através da via aérea. A transmissão por contacto pode dar-se por transmissão direta entre pessoas (p. ex., aperto de mão) ou por contactos com superfícies (p. ex., puxadores das portas) em que, depois de contaminada, a pessoa toca na face e é possível que o vírus entre através das mucosas. A transmissão aérea pode ser por gotículas ou por aerossóis em determinadas circunstâncias”, detalha Gil Correia, investigador principal no projeto.
“Os equipamentos de proteção individual são fundamentais para impedir a transmissão do vírus mas também é fundamental garantir a segurança dos espaços e reduzir a probabilidade de transmissão para todas as pessoas que os frequentam, utentes e profissionais», sublinha Gil Correia.