A primeira geração das Mojo Lenses recebe alimentação elétrica sem fios e promete mostrar contextos de Realidade Aumentada diretamente nos olhos do utilizador. A Mojo Vision sugere que esta será uma forma de as pessoas tirarem os olhos dos telefones e voltarem a ver o mundo à sua volta. Estas lentes de contacto têm ecrãs com resolução de 14 mil pixeis por polegada, sensores de imagem e de movimento integrados e ligam-se a um pack externo que traz bateria, unidade de processamento dos sensores e que envia informação de volta.
Numa primeira fase, a Mojo aponta as Lenses para a população com visão reduzida. Na CES, durante uma demonstração, foi possível usar o protótipo e perceber que as lentes realçavam objetos e rostos de pessoas com um tom verde brilhante, numa sala escura, para que pudessem ser vistos com mais facilidade pelo utilizador da lente. Além de ver melhor no escuro, a lente permite mostrar, por exemplo, informação meteorológica, resultados desportivos, dados de saúde como os batimentos cardíacos e uma mensagem que se tenha recebido no telemóvel diretamente no olho.
O sistema da lente consegue reconhecer texto também e os planos da Mojo passam por adicionar a capacidade de leitura e tradução simultânea, identificar rostos e até dar dicas sobre estados emocionais, a partir da interpretação dos traços faciais. Mesmo com os olhos fechados, o utilizador consegue continuar a ver o conteúdo mostrado, explica Steve Sinclair, vice-presidente senior de produto e de marketing.
Com a integração de sistemas de rastreamento do olhar, vai ser possível aos utilizadores controlarem apps diretamente pelo movimento do olho, sem terem de recorrer a dispositivos externos, noticia o Spectrum. Há planos para criar um ecrã colorido que possa ser integrado na lente e, com duas lentes, poderá ser possível ver imagens estereoscópicas
As Mojo Lenses ainda aguardam aprovação pela entidade reguladora nos EUA, a FDA, mas estão classificadas com o Breakthrough Device, o que pode acelerar o processo.
A Mojo Vision tem 84 funcionários e angariou 105 milhões de dólares junto de gigantes como a Khosla, LG ou Google e tem mais de cem patentes a proteger a sua tecnologia.