Artigo publicado originalmente em setembro de 2019 na EXAME n.º 425
Em novembro do ano passado, Martin Zierheim, 38 anos, deixou a BMW em Munique, onde, por três anos e oito meses, foi chefe de Tecnologias de Informação (TI). Acompanhado da mulher e de um filho com 2 anos, instalou-se no Porto para assumir o cargo de diretor de operações (COO) da Critical Techworks, a empresa resultante da parceria entre o fabricante alemão (51%) e a portuguesa Critical Software (49%). Com sede no Porto e um escritório em Lisboa, a Techworks irá ocupar por estes dias cinco mil metros quadrados em cinco andares do Palácio dos Correios, no coração da Baixa da Invicta. Só então poderá passar de 600 para mil empregados.
Para o alemão Martin, que também trabalhou durante seis anos na Audi, a experiência tem sido incrível – e feliz. Não só porque encontrou um sítio onde está “a adorar” viver mas também porque “está mesmo surpreendido” por estar tudo a correr “tão bem” na Techworks, a empresa que “irá definir o desenvolvimento tecnológico do grupo”. Contra todo o tipo de clichés e de estereótipos, Martin não podia estar mais satisfeito com esta associação, que junta alemães e portugueses, e diz mesmo que Portugal se pode tornar “uma meca das TI na Europa”.
Porque decidiram avançar com esta parceria com a Critical Software?
Há dois anos, a BMW quis aumentar as suas capacidades de desenvolvimento de software, e o número de pessoas a trabalhar nesta área, optando por não concentrar tudo em Munique. Olhou para vários pontos do mundo e ficou com uma lista de 260 empresas. Ao fim de alguns contactos, estabeleceu que a Europa seria muito importante: estamos realmente comprometidos com ela no que toca a desenvolver software. Depois, chegámos a uma short list de países: Portugal, Espanha, Roménia, Dinamarca e Finlândia. E encontrámos algumas empresas que poderiam ajustar-se bem ao que pretendíamos.
Pensaram em países e só depois nas empresas?
Pensámos em empresas nos países. O objetivo era ter um bom parceiro e formar uma equipa para desenvolver software para carros mas também para digitalizar a empresa (produção, vendas, etc.). E a Critical já tinha um bom percurso, em trabalhos com a NASA e com os setores militar, banca, marinha, saúde. É muito interessante ter um parceiro que reúne tanta experiência em áreas tão diferentes! E isto está tudo cada vez mais interligado.
Além do facto de o Norte de Portugal ter já um cluster automóvel…
Exato. E muito boas universidades também. Foi bom termos encontrado a Critical. Quando conheci Gonçalo Quadros [CEO da Critical] fiquei logo fascinado, porque ele tem uma abordagem muito direcionada para o longo prazo. Ele não está interessado em fazer algo novo, escalar e vender. Ele está mesmo orientado para criar empregos de longo prazo. E isso enquadra-se no que queremos: treinar quadros para ficarem connosco durante muito tempo. Por isso, disse logo que havia aqui muito boas competências para incorporar tecnologia, mas também para o grupo BMW, acrescentando valor a todo o processo. Este é um trabalho exclusivo para a BMW. E temos tanto para fazer…
Está a correr bem?
Estou surpreendido que isto esteja a correr tão bem! Estamos mesmo orgulhosos por ter aqui uma boa equipa, com todos os elementos capazes de integrar este complexo processo e de desenvolver algo novo, o que será fator de diferenciação face à concorrência. Não estamos a fazer uma aplicação engraçada para o telemóvel. Estamos a fazer o processo core para a BMW. E isto é mesmo muito, muito, muito interessante. Há aqui gente competentíssima que percebeu, rapidamente, tópicos mesmo complicados!
No processo de seleção, qual foi a vantagem da Critical face à concorrência?
A experiência internacional de TI em várias áreas. A Critical já tinha clientes para satélites, banca, saúde, e muito conhecimento de software. E a equipa tem uma mentalidade empreendedora. Gostei desta mentalidade apaixonada pela criação, com o coração, de algo diferente e não só com o intuito de ganhar um lugar na BMW. Esta abordagem também é importante para transformar uma empresa como a BMW.
Estabeleceram objetivos, metas?
Apenas dissemos: sentem-se capazes de se juntar a nós nesta viagem? Precisamos de competências em TI e de desenvolvimento de software em produção. Eles apresentaram-nos as competências nesta região, sobretudo no Norte. Esse foi o pontapé de partida.
Pesou na decisão o facto de Portugal ser um país de salários mais baixos?
Tínhamos outros países onde isso acontecia, mas a prioridade foi encontrar os recursos certos e não procurar os mais baratos. O compromisso foi eleger um bom ecossistema nas TI. E foi incrível ver, na Web Summit, como houve muitas startups a instalarem-se em Portugal e a criarem todo um novo ecossistema, não só em Lisboa mas também no Porto. A quantidade de empresas que se instalou aqui à volta fala por si. Tornou-se definitivamente um hotspot para empresas de desenvolvimento de software.
Porquê a sede no Porto e não em Lisboa?
Foi decisão da Critical. A base deles é Coimbra, mas têm um grande escritório no Porto. Iam disponibilizar uma centena de engenheiros para o projeto e nós não queríamos mudá-los de cidade. Pretendíamos duas localizações estratégicas, e como a maioria dos trabalhadores estava no Porto… Devo dizer que é muito bom. As infraestruturas são perfeitas, encontramos aqui todas as competências. Estamos muito felizes com esta decisão. Estou a adorar viver no Porto.
Não há nenhuma fricção entre a rigidez da gestão alemã e o modo de estar mais “relaxado” dos portugueses?
Esse cliché já não é verdadeiro [risos]. Ouço várias vezes que o alemão está sempre a olhar para o relógio… tenho de admitir que chego muitas vezes cinco ou dez minutos atrasado e já tenho os meus colegas portugueses a dizer: “Olha o relógio, o que se passa contigo?” A combinação entre a mentalidade portuguesa e a alemã é muito boa. Confesso que, há dois anos, pensei que tinha de investir em formação para saber integrar pessoas diferentes, mas, sinceramente, ao fim deste tempo, tenho de dizer que o mindset de portugueses e de alemães os pôs a trabalhar naturalmente juntos. Estão orientados para a qualidade. E acho que posso falar por uma boa parte do grupo BMW, porque, quando tivemos algumas discussões de trabalho entre alemães e portugueses, verificámos que todos eram muito corretos e centrados nos problemas, procurando solucioná-los, com os pés na terra e abertos à discussão. Também me apercebi, em Munique, de que não tinha de integrá-los, porque ao fim do dia iam ao jardim, bebiam uma cerveja juntos e…
As pessoas das tecnologias são de um outro mundo?
Sim, talvez mais descontraídas, não tão contidas, não usam bons fatos nem belas gravatas. Estão mais interessadas em bons objetivos, em encontrar a tecnologia certa e em ver os problemas resolvidos. Isto une mais.
Que característica atribui aos portugueses?
Diria que são mesmo abertos a novas ideias, prontos a adotar diferentes perspetivas e a encarar várias hipóteses. É uma grande vantagem. É mesmo incrível ver como têm a mente aberta e lidar com tanta gente capaz de falar bem inglês. Isto é importante para trabalharmos juntos. Aqui, ninguém estava familiarizado com a indústria automóvel, mas nunca fizeram disso um grande problema. Claro que tens de lhes dar formação em tecnologias específicas, mas a capacidade deles para encararem algo novo, para ouvirem, é incrível. Portugal está mesmo no caminho e na direção certos. E pode tornar-se uma meca do software e das TI na Europa.
O anterior ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, é que criticava imenso Portugal. Afinal, somos assim tão bons?
Mas olhem para vocês e para o desenvolvimento do País. Fizeram tantas coisas bem! Não se deviam preocupar com aqueles que defendem que uns devem ser assim e outros de outra maneira. Com o que estão a fazer, estão a mostrar ao mundo que é possível, que podem trazer as últimas tecnologias, competências futuras para a indústria e transformar o mercado, por exemplo, da indústria automóvel. Devem concentrar-se nisso e não no que o vizinho diz. Esta é uma grande desvantagem na forma de pensar da Europa. Devíamos antes perceber como podemos colaborar e o que nos une. Claro que a Europa do Norte, a do Sul, a Ocidental e a do Leste querem fazer isso em contextos de desenvolvimento diferentes. Pois muito bem, devemos aprender a ficar unidos. Quando olhamos para a China ou para Silicon Valley, e vemos o que será o desenvolvimento futuro, devíamos pôr fim a essa desvantagem.
A China será o grande concorrente?
Já o é. E tem investido imenso na Inteligência Artificial. Claro que na Europa nós funcionamos de forma diferente, temos um quadro legal de proteção de dados, de regulação, o que é muito bom. Mas a China não quer saber disso. E tem avançado em novas tecnologias que vão afetar-nos.
É demasiado tarde para a Europa?
Não. E projetos como este são a melhor prova de que conseguimos trabalhar juntos, da forma correta e na direção certa. Só temos de juntar forças enquanto podemos e olhar para as coisas grandes. Não nos devemos concentrar no medo, mas nas oportunidades, sobretudo nas que nos desafiam. E proteger os nossos dados! Mesmo os EUA olham para nós e dizem que a forma como gerimos a proteção dos nossos dados e a nossa privacidade é única e que devia servir de exemplo de melhores práticas para os outros.
Nesse contexto, o que pensa do Brexit?
É coisa de que realmente não gosto na Europa. Temos mesmo de mostrar ao mundo que somos um só continente, uma só comunidade e que há diferentes desafios e batalhas para travar fora dela – especialmente nas TI. Portugal entendeu bem que as tecnologias e o desenvolvimento de software são o futuro. Há pessoas a sair das universidades muito bem preparadas para rapidamente entrarem em grandes empresas, como a BMW, e, ao fim de pouco tempo, acrescentar-lhes valor.
Pode precisar o que fazem na Techworks?
Posso dizer que queremos mudar a forma como o mundo se move e juntar-lhe alguma emoção. Estamos 100% dedicados a transformar toda a forma de pensar a mobilidade. Além disto, pensamos na engenharia da produção de carros, como os vendemos e como acrescentar serviços a toda esta cadeia de valor.
Qual o grande desafio desta indústria?
Para a BMW, é transformar-se numa empresa de tecnologia. Queremos que seja o software a definir-nos. Somos muito bons a desenhar, a produzir carros e a pô-los no mercado em grande escala. Mas o grande desafio vem com tecnológicas como a Google, a Tesla, a Apple… Elas querem tomar conta do ciclo de vida dos seus clientes e entrar nesta área: com as suas apps, o seu entretenimento, a condução autónoma. De futuro, pode viajar de carro e descontrair entre Lisboa e Porto, enquanto vê um filme, lê ou arranja as unhas. É até este ponto que vai o próximo nível de concorrência. Temos de nos preparar para ver software grandioso, único e pontos de venda com mobilidade. Estou convencido de que haverá regiões no mundo em que venderemos um carro como o fazemos hoje, mas nas grandes áreas urbanas as pessoas não vão ter carro próprio: vão partilhá-lo.
Há tendência para as vendas descerem cada vez mais.
Sim. As pessoas vão querer partilhar carro e ter a experiência da mobilidade. Daí que tenhamos de nos transformar numa empresa tecnológica, providenciando um bom serviço de mobilidade aos nossos clientes. Quando fores de férias ou de viagem, podes ter o teu carro, mas também podes ter um serviço de partilha e, provavelmente, integrar uma viagem de comboio ou um condutor, etc. Imagino que possamos cobrir toda a experiência de mobilidade dos nossos clientes, em qualquer parte. Será como fazer parte de um clube, neste caso, o clube BMW. Se fores membro, podes ter o teu carro, mas se vais de férias, requisitas outro modelo com mais espaço ou ainda um outro, se for uma viagem de fim de semana.
A BMW quer alugar ou vender carros?
Os dois. Pode haver um cliente que diz simplesmente que quer ter carro próprio. Mas cada vez mais, em grandes metrópoles, as pessoas não têm espaço para carro próprio: já não têm garagens e, se têm, custam muito dinheiro, tal como o estacionamento. Imagine que este tipo de cliente pode pagar um fee mensal e ter on demand o que precisar: um descapotável para uma experiência de dois dias, um serviço de partilha no quotidiano e ainda outro tipo de carro noutra ocasião. Pode tê-lo. A ideia é providenciar o serviço à medida das necessidades individuais de cada pessoa.
Já falou na Tesla. A BMW quer ser outra Tesla?
Não. A Tesla fez um bom trabalho com a aproximação aos veículos elétricos. Mas na BMW queremos assumir a total responsabilidade perante os nossos clientes. Vamos levar tecnologia 100% segura aos carros autónomos. A condução autónoma é algo realmente complexo, sobretudo nas cidades, onde nem tudo se pode controlar. Os clientes começam a adotar os veículos elétricos e são precisas mais centrais de carregamento. No entanto, esta tecnologia está a atingir a maturidade. A BMW investiu em milhares de empregos e temos de ter um negócio sustentável para pagar estes salários. Não queremos despedir as pessoas, para depois contratá-las e despedi-las outra vez. São ciclos up and down. Daí que tenha de haver sempre uma abordagem de longo prazo. Não devemos temer a Tesla, mas antes ter um modelo de negócio diferente e alternativo.
O carro autónomo será uma realidade generalizada nos próximos 10 anos?
Definitivamente. Dentro de dois ou três anos será possível fazer uma viagem de condução autónoma entre Porto e Lisboa, pela autoestrada, em que uma pessoa estará completamente descontraída, tirando os olhos da estrada, podendo ler um livro ou fazer o que quiser. O maior desafio é quando se passa para a cidade, onde há muitos obstáculos e sempre muita coisa a acontecer. Neste contexto serão precisos mais alguns anos para se dar poder total ao computador.
Os carros autónomos serão uma boa arma para os terroristas?
Sim. O risco de ciberataques para tomar conta do carro aumentará. Essa é outra vertente que queremos estudar. Não correremos o risco de que a BMW seja atacada e de que os passageiros morram por causa disso.
Os hackers estão sempre à frente…
Sim. E por isso queremos trabalhar com eles e integrar competências de cibersegurança na nossa equipa, para ajudar a consolidar esta tecnologia.
Qual é a prioridade, por enquanto?
Agora temos cerca de 40% dos nossos recursos ocupados na engenharia de produção. Estamos a passar gradualmente para serviços financeiros, vendas e pós-vendas. No início do próximo ano, aumentaremos para o desenvolvimento da cloud, serviços de internet, Google e cibersegurança.
Vão ter cloud própria porquê?
As nossas tecnologias são só da casa, não podem estar numa cloud pública. Para transformar este modelo de negócio, precisamos das nossas aplicações. Queremos que os nossos dados estejam numa cloud segura e consistente.
Todas as marcas estão capazes de sobreviver a estas transformações do futuro?
Globalmente, haverá muitas consolidações. Na Alemanha, onde existem marcas automóveis bem conhecidas, eu diria que há um grande desejo de cooperação.
Quem são hoje os vossos concorrentes?
Se me fizesse essa pergunta há dez anos, apontaria a Mercedes, a Audi, a VW, etc. Mas hoje já não. A nossa concorrência agora é a Tesla, a Google, provavelmente a Apple, a Baidu, alguns círculos chineses. Por isso, temos de nos manter unidos e também cooperar nas áreas em que podemos competir no futuro. A BMW está a unir forças com a Daimler na condução autónoma, porque, na perspetiva do cliente, o carro autónomo deve ter tecnologia comum, segura, e não variar em função da marca.
A BMW está disponível para partilhar com antigos concorrentes descobertas particulares?
Não, no geral cada empresa está a investir por si própria no desenvolvimento da condução autónoma. Porém, em áreas que façam sentido, podemos unir esforços e partilhar conhecimento para desenvolver padrões. Não temos de fazer um a um e cada um contra o outro. Em áreas diferenciadoras, como o design ou até mesmo as experiências proporcionadas ao cliente dentro do carro, cada um tem de ter os seus investimentos na inovação.
O design será importante no futuro? Ou só é a tecnologia?
Depende. Mesmo na tecnologia é preciso design, e também no interior dos carros. O design é importante no hardware mas também no software. Tem de convidar à experiência e de ser de uso fácil. O meu pai, com 70 anos, tem de ser capaz de entrar num carro e de usufruir de toda a tecnologia da forma mais fácil possível. A população está a envelhecer e é incrível a oportunidade que lhe podemos proporcionar. Há diferentes possibilidades de personalização: o que queremos mostrar às pessoas, que tipo de informação elas querem, o quão familiarizadas estão com a tecnologia. Isto será tudo muito individualizado e um fator verdadeiramente transformador de toda a indústria. No interior do carro é preciso criar experiências individuais, com base nos hábitos do cliente. Isto será definitivamente muito relevante, até para o modo como se quer que a marca seja entendida.
Dentro de 10 anos podemos esperar que um carro seja mais barato ou mais caro?
Enquanto empresa de mobilidade que vende serviços, imagino que o preço de uma experiência diminua. Se queres comprar carro, tens de desembolsar uns milhares, usas o carro em 10% do tempo e no resto fica na garagem ou no parque. E pagas por algo que não usas. Se pudermos transformar isto de modo a pagar pelo tempo que efetivamente o carro é usado, então o que se tem a pagar é menor, ou podes partilhar um carro. Haverá diversas oportunidades.
Isso trará menos lucro para a empresa?
Talvez, se forneceres apenas um pacote de mobilidade. Mas no tempo em que se usa o carro, uma pessoa vai querer consumir. Talvez queira ver um filme, ler um livro, sei lá, ter um qualquer entretenimento. Esta é a principal razão por que o Google e outros estão a investir em mobilidade. Ninguém quer saber como estás sentado, mas todos querem atrair a tua atenção durante o tempo que ali passas.
E tudo isso será pago por acréscimo?
Sim, como quando usas o telemóvel na rua ou em casa.
Mas posso ter um pacote no meu telemóvel para isso tudo, o que será um lucro para a operadora e não para a BMW…
Para nós, o desafio é saber como podemos expandir os nossos negócios dentro do veículo, na mobilidade e incluindo essas experiências digitais. No modo pilotagem, a questão é saber como integramos as TI, quer nos sistemas de navegação quer no ecrã.
E com isso podemos esperar que sejam criados mais ou menos empregos?
Aí também haverá uma grande transformação. Mais empregos com competências de software e menos nas áreas de produção. As linhas de montagem serão cada vez mais robotizadas.
Esta parceria tem prazo para terminar?
Não. Se queremos fazer isto, será para durar muito tempo, porque estamos a investir em pessoas, a formá-las, e eu estou completamente convencido de que aqui estará a chave para o sucesso tecnológico da BMW. A Techworks irá definir o desenvolvimento tecnológico do grupo.
Tem sido fácil contratar?
Não usaria o termo fácil. Julgo que a concorrência vai crescer, sobretudo em Lisboa, onde há outras empresas. Estamos a tentar fazer isto de uma maneira diferente. Por isso, criámos a Techworks. Não foi a BMW a chegar aqui e a dizer que quer fazer isto e aquilo, que estes são os nossos standards e que têm de corresponder às nossas expectativas. Queremos ser uma espécie de pedrada no charco, fazer algo mais, apostando numa direção feliz, cuidando das pessoas. Era isto que a BMW não tinha. E queremos que a BMW aprenda também a fazê-lo com a Critical Techworks. Queremos mesmo acelerar este processo de transformação da BMW numa empresa digital. Julgo que sabe que numa corporação há vários processos, várias fases de decisão e, por vezes, demora imenso tempo até haver uma decisão final. Queremos provar que podemos funcionar com uma mentalidade mais ágil, com planos de desenvolvimento diferentes.