Nos últimos anos as empresas portuguesas mostravam uma tendência de subida do investimento, algo que se observou no grupo das PME Líder. Mas esse caminho aparenta ter sofrido uma pausa em 2018, data dos dados mais recentes disponibilizados pela consultora Iberinform. No conjunto das empresas não financeiras, o investimento total teve uma quebra de 1,7%. No grupo das PME Líder a descida foi de 1,1%.
Apesar da desaceleração em 2018, o acumulado dos últimos anos mostra uma história bem diferente. As empresas portuguesas aumentaram o investimento em mais de 40% entre 2015 e 2018, passando de 434 mil milhões para mais de 615 mil milhões de euros. Nas PME Líder essa velocidade, apesar de significativa, foi inferior. O investimento deste grupo restrito de empresas teve um acréscimo de 28% naquele período. Era de 23,7 mil milhões em 2015. No entanto, em 2018, o valor afeto foi já de 30,4 mil milhões de euros.
Entre as PME Líder, apenas as empresas da construção, comércio e serviços apresentaram um reforço do investimento em 2018 face ao ano anterior. Cresceu 9,6% para 15,7 mil milhões de euros. A maior travagem verificou-se nas PME Líder da agricultura, com o investimento total a recuar 20,2%. Caiu de 1,38 mil milhões para 1,1 mil milhões.
PME Líder investem menos, mas apostam mais na formação
Com base nos rácios analisados, a principal conclusão da Iberinform, relativa ao ano de 2018, é que nas PME Líder houve um “menor investimento mas com mais peso da formação no investimento total”. No grupo das 8.382 empresas que têm selo de Líder, a taxa de investimento em ativos não correntes, constituídos pelos meios ou bens estratégicos ao funcionamento da empresa, foi de 30%. Este valor é bem mais baixo que os 94,7% apresentados pelas referências. Nas PME com volume de negócios superior a dois milhões de euros esse indicador situou-se em 89,4%.
“As PME Líder tiveram em 2018 uma taxa de investimento acumulado em ativos não correntes menor que as referências, e com uma variação desse investimento em relação a 2017 mais baixa (1,9%)”, realça a Iberinform.
Apesar de ficarem atrás no investimento em ativos não correntes, as PME Líder estão acima da generalidade das outras empresas não financeiras no que diz respeito à formação dos seus funcionários. “Os gastos com a Formação das Pessoas Empregadas relativizados pelo investimento total realizado (ativos) é superior em relação às referências”, indica a consultora. Neste grupo mais restrito de empresas, o peso da formação no investimento total foi de 0,035%. Nas referências esse indicador situou-se em 0,017%, segundo os dados da Iberinform.