Anna é suíça, mas corre-lhe claramente nas veias o sangue italiano da família paterna, que se traduz em modos afáveis, sorriso fácil e uma empatia quase imediata quando se senta a conversar. Os genes alemães, por parte da mãe, refletem-se, por seu lado, na impressionante altura que nos faz sempre sentir muito pequeninos, quando, ao seu lado, percorremos os corredores da sede da Nestlé Portugal, onde fomos recebidos com um abraço e, claro, café Nespresso. A diretora-geral da empresa, que este ano celebra 100 anos de atividade, é a primeira mulher a ocupar o cargo e é também a mais nova a fazê-lo. Regressou a Portugal a pedido – “na única posição que pedi na Nestlé” – pois, após ter sido responsável pela Nespresso Portugal, apaixonou-se irremediavelmente pelo único país onde comprou casa, conta à EXAME. Em 2023, mantém os objetivos de crescimento e elege a sustentabilidade, a economia e a diversidade como prioridades para os próximos anos. Numa conversa descontraída e cheia de gargalhadas, Anna contou-nos – no seu excelente português com algum sotaque brasileiro – como chegou a cargos de topo sem nunca ter um plano de carreira e explica como as decisões que a trouxeram até aqui são, inevitavelmente, tomadas em família. Uma gestora de proximidade, que trata toda a gente por tu e que pede que a confrontem quando está a “dizer um disparate”.
Comecemos pelo início: estudou Matemática, acabou a ser gestora. Fale-nos do seu percurso.