Nos últimos anos, as taxas de rentabilidade dos dividendos batiam, de longe, a remuneração oferecida pelas obrigações portuguesas a dez anos. Isso era um argumento que poderia favorecer o investimento em ações. No entanto, desde o início do ano passado, os juros não têm parado de subir devido às decisões agressivas dos bancos centrais para controlarem a inflação. Apesar de ainda existirem cotadas em que o peso do dividendo no valor das ações indicie retornos elevados, esta classe de ativos começou a ter a concorrência cada vez mais apertada das obrigações e mesmo de produtos de capital garantido, como certificados de aforro e depósitos bancários.
A evolução das rendibilidades dos títulos de dívida foi rápida. A taxa da dívida portuguesa a dez anos, por exemplo, passou de 0,5% para 3,23%, desde o início de 2022, enquanto a das seguras obrigações alemãs aumentou de uns negativos -0,12% para 2,38%. Mesmo as aplicações que garantem a totalidade do capital investido – como certificados de aforro e depósitos – têm melhorado de forma significativa as remunerações oferecidas. No caso daquele produto de dívida do Estado, a taxa para as novas subscrições já está no limite máximo de 3,5%. Já a banca, após alguma relutância, iniciou a subida de juros nos depósitos, sendo possível encontrar já várias aplicações com uma remuneração acima de 2%.
As cotadas do PSI com a maior rentabilidade do dividendo
Empresa | Taxa de rentabilidade do dividendo |
NOS | 10,1% |
Navigator | 8,4% |
Semapa | 6,9% |
Sonae | 5,3% |
Galp | 4,7% |
EDP | 4,0% |
CTT | 3,6% |
REN | 3,5% |
Jerónimo Martins | 2,6% |