O ano de 2021 ainda foi de restrições causadas pela pandemia, mas 84% das 1000 Maiores PME apresentam uma evolução positiva do volume de negócios. Este valor é bastante superior ao do ano anterior, quando apenas 45% destas empresas tinham conseguido faturar mais, de acordo com o estudo da informa D&B que suporta o ranking da revista Exame.
“A performance de crescimento destas empresas é superior à de todo o tecido empresarial português”, sublinhou António Barreiros, diretor de vendas da Informa D&B, durante a conferência que decorreu no Porto para divulgar o desempenho financeiro das 1000 Maiores PME.
Em termos comparativos, mais de um terço (36%) das empresas analisadas registou sempre crescimentos em 2019, 2020 e 2021, principalmente nas áreas de negócio do imobiliário e dos serviços. Para 46% das empresas, que tinham visto as suas vendas caírem em 2020, o ano de 2021 foi já de recuperação. Mas, para 4%, o ano de 2021, tal como o de 2020, foi ainda de recuo na faturação. Já nos indicadores exportações e emprego, as 1000 Maiores PME mostraram melhores resultados do que antes da pandemia, apresentando igualmente melhor comportamento do que o da totalidade do tecido empresarial português.
Focando-se nas 1000 Maiores PME, António Barreiros revelou que, no seu conjunto, representam 10% do PIB nacional e também 10% do volume de negócios das PME totais, 6% das exportações, 4% do valor acrescentado bruto e 3% do emprego em Portugal. Cerca de 68% são empresas maduras, com uma idade média de 25 anos, embora quatro delas sejam já centenárias. No total, 545 são empresas familiares, faturam entre 12,4 milhões a 49,8 milhões de euros por ano, e 44% têm perfil exportador. O diretor da Informa D&B destacou ainda o setor grossista como tendo o maior número de empresas e maior faturação entre as 1000 Maiores PME, seguido pelas áreas da indústria e do retalho.
Embora a maior parte destas empresas demonstre capacidade financeira para resistir a crises fortes – cerca de 80% tem resiliência “alta” ou muito alta” –, também é verdade que 37% (mais de um terço) admite ter “grande exposição” aos preços da energia e das matérias-primas, dois dos fatores que mais condicionaram o ambiente de negócios no último ano. Mesmo assim, as 1000 Maiores passaram com distinção na avaliação do riso de falência, mostrando que “são de confiança”, concluiu António Barreiros.