Se quiséssemos encontrar no ramo de atividade da Sanipower uma metáfora para ilustrar o seu desempenho nos últimos anos, um caudal consistente a sair de uma torneira aberta seria uma imagem adequada. Só que, em vez de água, seriam receitas e resultados positivos que veríamos a fluir.
Ambos os indicadores têm vindo a crescer de forma ininterrupta há pelo menos cinco anos nesta empresa da Póvoa de Varzim. No ano passado, a firma que se dedica ao comércio de soluções integradas de climatização e produção de água quente, fechou com 18,3 milhões de euros de faturação (mais 21%) e lucros de 1,5 milhões de euros (mais 58% que em 2018). Superar os 18 milhões em vendas “foi sem dúvida o principal objetivo da empresa para o ano de 2019, que com um grande empenho de toda a estrutura foi alcançado com sucesso,” sublinha Américo Campos. O desempenho ficou em linha com o de outras PME Líder do mesmo setor.
Nesta atividade, os últimos anos coincidiram com a recuperação do mercado de nova construção e da reabilitação urbana, a par com as exigências crescentes de conforto e de eficiência energética no parque imobiliário. Para o administrador da empresa, o comportamento positivo da firma muito deve ao esforço feito para acrescentar valor aos produtos e em criar e desenvolver “fortes relações” com os seus parceiros, profissionais de instalação na sua maioria. Relações que são feitas de detalhes, já que “todos os pormenores influenciam a decisão do comprador”.
Também essa
performance permitiu que, durante quatro anos consecutivos, a empresa pudesse
ostentar o estatuto de PME Líder, a que se juntou desde 2017 também o título PME
Excelência, reservado para o grupo das PME Líder que apresentam os melhores
desempenhos. “Procuramos transmitir aos nossos parceiros uma imagem de
confiança e solvabilidade. Sem dúvida que o estatuto de PME Excelência é uma
das vantagens competitivas, fortalecendo a nossa imagem junto dos fornecedores,
clientes e instituições financeiras,” considera o administrador.
Expansão, conhecimento e desafios
Criada há quase oito anos, a Sanipower tem mais de 90 colaboradores, parte dos quais resulta do plano de expansão da marca, que estabeleceu sete pontos de venda em cidades como Viana do Castelo, Porto, Trofa (o mais recente) Amarante, Braga, Faro ou Figueira da Foz. A resposta à elevada competitividade do setor foi além da criação da rede, com a empresa a lançar uma marca própria para se distinguir por via da qualidade (Proteu) e a integrar em exclusivo a nível nacional o maior grupo ibérico de compras, o Avalco, explica o responsável à EXAME, em respostas por escrito.
A empresa, que vende sob o lema “Tudo para o seu conforto”, deitou também uma âncora no terreno do conhecimento, com a criação de uma academia onde investe “verbas importantes” e que desenvolve ações de formação técnica de parceiros pelo País. Só em dois meses do ano passado essas sessões reuniram mais de dois mil clientes. “Com a evolução dos mercados e a globalização dos mesmos, a capacidade técnica tem vindo a revelar-se uma grande mais valia comercial,” adiciona.
Tal como aconteceu com outros milhares de firmas, a pandemia atravessou-se como uma parede no caminho de grande expetativa de crescimento que a Sanipower estava a percorrer no início do ano. A nova realidade, que levou alguns clientes à paragem e travou as vendas, obrigou a redefinir objetivos e estratégias comerciais para manter o elo com os parceiros. Porém, não foi a pior situação: “O nosso mercado sentiu claramente um abrandamento, mas nunca semelhante àquele que foi imposto no setor do turismo ou restauração,” compara o administrador.
Valeu em parte o canal de comercialização online, onde nos últimos anos a Sanipower tinha sido feito um forte investimento – que vai continuar – e que registou nos meses da pandemia taxas de crescimento de vendas acima do previsto. E desde maio que se nota uma recuperação “bastante razoável da economia”, relacionado com a manutenção da atividade na construção. Se o que resta de 2020 se antecipa como um período de estabilização, já o ano que vem é aguardado “com grande expectativa, tendo em conta as medidas que podem ser levadas a cabo pelas instituições governamentais,” conclui Américo Campos.