O impacto das medidas de contenção e combate à pandemia do novo coronavírus continua a fazer-se sentir no mercado de trabalho. Em maio, de acordo com os números conhecidos esta segunda-feira, 22 de junho, o número de desempregados inscritos junto do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou 34%, ou seja, mais 103.763 pessoas do que no mesmo intervalo de 2019 para um total de 408.934.
O setor dos serviços foi o que teve maior subida do número de desempregados (+44%), com destaque para as atividades de alojamento e restauração (das áreas mais penalizadas pelo encerramento de estabelecimentos, com um agravamento superior a 20 mil desempregados, ou 89,3%), transportes e armazenagem (+62,8%). O setor do couro, ligado ao calçado, foi o terceiro com maior aumento (+58,8%). Apenas numa atividade, a das atividades financeiras e de seguros, se registaram menos desempregados que há um ano (-0,1% ou quatro pessoas).
O Algarve, região com forte presença da hotelaria, registou as maiores subidas relativas, praticamente triplicando (de 9 mil para quase 28 mil) o número de desempregados registados, seguido por aumentos relativamente menos pronunciados em Lisboa e Alentejo (42,7% e 32,9%, respetivamente). Só os Açores ficaram de fora dos agravamentos generalizados, com uma descida de 2,4%.
Os mais penalizados entre os novos desempregados foram as mulheres, os adultos com 25 ou mais anos, desempregados inscritos há menos de um ano no centro de emprego, aqueles que procuravam novo emprego e com o secundário como habilitação escolar. Em relação ao mês anterior, abril, o número de desempregados registados aumentou 4,2% – mais 16 mil.