A empresa fundada por Amancio Ortega e dona de marcas como a Zara, a Massimo Dutti e a Bershka anunciou recentemente um prejuízo de €409 milhões no trimestre compreendido entre fevereiro e abril, com as vendas a caírem 44% para €3,3 mil milhões devido à pandemia de Covid-19. A companhia espanhola encerrou temporariamente 88% das suas lojas em todo o mundo, e viu as vendas online disparar 50% durante o primeiro trimestre do ano, e 95% apenas no mês de abril.
Mas o digital ainda não foi suficiente para manter os lucros da Inditex, que desde os anos 1980 é um império em expansão. Na nota libertada na semana passada, o chairman da retalhista, Pablo Isla, referia em tom otimista que a empresa vai continuar focada no desenvolvimento tecnológico e na integração das plataformas de vendas online com as lojas das diversas marcas. E afirmou esperar que em 2021 as vendas online já representem 25% da faturação da Inditex. Na mesma nota, a empresa fez saber que vai ser colocado à votação da próxima Assembleia Geral, a acontecer dia 14 de julho, a distribuição de um dividendo de €0,35 por ação em novembro de 2020. O dividendo extraordinário que estava previsto ser distribuído este ano, no entanto, não vai ser pago, segundo uma nota enviada entretanto pela Inditex à CNVM, o regulador do mercado espanhol.
É neste contexto que a empresa prevê encerrar entre 1 000 e 1 200 lojas em todo o mundo – “de pequena dimensão” –, enquanto espera abrir 450 novos espaços já equipados com a mais recente tecnologia de integração de vendas. A empresa afirma que as unidades que vão ser encerradas representam entre 5% a 6% das vendas totais.
Segundo o mesmo comunicado, a Inditex espera reduzir a sua rede de lojas, globalmente, das atuais 7 412 para entre 6 700 a 6 900 espaços. A Ásia e a Europa deverão ser as regiões mais afetadas por estes encerramentos, apesar de ainda não haver informação sobre que países e em que dimensão serão os visados pelos fechos. Em Portugal, a Inditex tem atualmente 350 lojas.
A empresa, fundada em 1985 em La Coruña, onde mantém ainda a sede, tem oito marcas comerciais (Zara, Pull and Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home e Uterqüe), empresa cerca de 175 mil pessoas e está presente em 202 mercados, atualmente.