As estimativas económicas sucedem-se, os ensaios para uma vacina que permita debelar a pandemia provocada pelo coronavírus multiplicam-se, os profissionais de saúde continuam a ter dias de 48 horas e os empresários ainda não pararam de levar as mãos à cabeça, a pensar em estratégias para o renascimento. No primeiro desafio à escala global do século XXI, há muito mais incertezas do que garantias, mas uma opinião parece ser transversal aos vários setores e países: é preciso acolher o presente e pensar sobre ele para traçar as estratégias de futuro, rejeitando soluções antigas para aquilo que são problemas totalmente novos.
A EXAME preparou um dossiê especial sobre o mundo novo que se adivinha, e tenta ajudar a encontrar algumas respostas. Como é que o mercado imobiliário vai aguentar o arrefecimento súbito? Depois de anos a investir no Turismo, como vai Portugal sobreviver à quebra abrupta das receitas do setor? E que competências e formas de trabalhar vão estar em cima da mesa a partir de agora? Há ainda espaço para falar sobre a prova de fogo que a União Europeia enfrenta e sobre como a tecnologia, finalmente, está a ser apreendida e utilizada por céticos e amantes. Mais importante ainda do que o dia de amanhã será o dia seguinte. Por isso, nesta edição, o foco é perceber o que ficará, de estrutural, mesmo quando houver uma vacina e a covid-19 for um tema do passado.
Numa entrevista franca e realista, a demógrafa e antiga diretora da Pordata, Maria João Valente Rosa, explica à EXAME como cientistas e governantes deviam estar neste momento a preparar juntos o futuro, e alerta para as desigualdades que esta pandemia está já a agravar. E dá-se ainda destaque a um grupo de empresas centenárias que, com várias crises ultrapassadas, podem ser bons exemplos a seguir nesta que se adivinha. E a outras que, arregaçando as mangas, decidiram alterar meios de produção não apenas por uma questão de sobrevivência, mas também para ajudar quem mais precisa.
Um extenso trabalho de 22 páginas que dá a capa a esta edição, realizado pelos jornalistas Nuno Aguiar, Rui Barroso, Margarida Vaqueiro Lopes, Clara Teixeira e Paulo Zacarias Gomes.
O mundo pós-Covid é também o tema que merece destaque nos artigos de opinião deste mês, assinados por José Gomes, CEO da Ageas Seguros e Vitor Pereira, diretor de produtos, CRM e Marketing do Bankinter Portugal. Em ambos os casos, os olhos estão postos no futuro, mesmo que as incertezas ainda não permitam o desenho de estratégias definitivas, com a certeza de que será preciso fazer diferente num mundo que terá muito pouco de igual.
Focada nos próximos tempos estava também a indústria do cinema nacional, que até ser obrigada a parar por conta do grande Confinamento, vivia uma verdadeira época dourada e conquistava o seu espaço na indústria internacional. Portugal tem estado no radar das produções estrangeiras, não só porque os 300 dias de sol por ano facilitam a vida a quem faz da imagem o seu trabalho, mas por via de uma série de incentivos públicos e da qualidade crescente dos serviços e infraestruturas disponibilizados. Uma viagem aos bastidores destas produções pela mão do jornalista Paulo Zacarias Gomes.
E antes de Portugal começar a preocupar-se com uma [provável] nova vaga de austeridade, a verdade é que a vida corria bem a Mário Centeno: o ministro das Finanças foi o rosto visível do primeiro excedente orçamental desde 1973, garantido por Portugal em 2019. O jornalista Nuno Aguiar recua nove anos no tempo e conta como este resultado foi possível e quais os seus protagonistas. Porque afinal foi um excedente muito efémero, mas que merece ser assinalado.
Nesta edição há ainda espaço para sugestões de leitura e para fazer as contas às perdas avultadas que a indústria internacional do futebol deverá registar com o cancelamento sucessivo das competições.
Numa altura em que uma parte significativa do País continua em recolhimento, deixamos-lhe aqui a lista dos postos de venda que continuam a disponibilizar a EXAME, e em cujas bancas poderá encontrar a edição de maio – que voltou a ser totalmente realizada em ambiente de trabalho remoto.
Pode igualmente, caso prefira, tornar-se assinante na versão digital e ou papel, seguindo para esse efeito este link, acrescentando-nos às leituras que já tem em mãos. E acompanhar-nos online em visao.sapo.pt/exame.
E apesar de todas as incertezas que nos rodeiam, não se deixe desanimar: ainda que estejamos à porta de um novo e [quem sabe?] admirável normal, é certo que melhores dias chegarão.
Boas leituras!