Assim que entramos à porta, o cheiro a chocolate é de fazer crescer água na boca. O olhar é rapidamente atraído para as novas tabletes de embalagens simples e elegantes da Arcádia, uma novidade da chocolateira nacional. “No fundo, é uma forma de estarmos mais próximos dos nossos clientes, de os captarmos para consumo próprio. Geralmente compramos os bombons para oferecer, mas raramente compramos para nós, para ter em casa”, explicou à EXAME, com um sorriso entusiasmado, Francisco Bastos, administrador da Arcádia e representante da quarta geração da família à frente da empresa. “Uma tablete não só é mais fácil de levarmos para casa, como também tem um preço que não nos importamos de pagar para nós mesmos”, remata em jeito de brincadeira. Além de que, adianta, 40% do chocolate consumido em Portugal é-o na forma de tablete, pelo que acreditou estar na hora de apostar neste formato.
Há dezenas de variações, entre chocolate negro com matéria-prima vinda do Equador ou São Tomé (que aparecem relançando a marca Arcádia Origens), clássicos como chocolate de leite ou chocolate branco eventualmente com recheio dos mesmos, e a gama ‘Combinações’ onde aparecem produtos como chocolate branco com maracujá ou com manteiga de amendoim. Este último foi um desejo expresso de Francisco Bastos, que confessa que os pequenos-almoços em Londres, enquanto trabalhava na City, o viciaram em manteiga de amendoim. “Quando vim para a Arcádia achei que tinha mesmo que fazer um chocolate com manteiga de amendoim. E depois de alguns testes, posso dizer que é mesmo o meu preferido”, diz de olhar brilhante.
A Arcádia aproveitou e lançou também as ‘tiras de chocolate’, uma pequenas tabletes com cerca de 40 gramas “ideais para termos na carteira ou para os turistas levarem de lembrança quando passam”. E, sinal dos tempos, algumas destas tiras de chocolate já são feitas com stevia, para agradar a um cada vez mais crescente número de clientes que procuram alternativas ao açúcar.
Estes novos produtos foram apresentado à imprensa na nova loja da marca no Chiado, em plena Rua da Misericórdia. A sétima localização da chocolataria na capital veio reforçar o seu posicionamento premium, e o desejo de voltar às chocolatarias tradicionais. Lugar de passagem por excelência, foi fácil ver entrar e sair turistas durante o tempo que lá passámos. Pediram macarons, bombons, quindins ou gelados, mas nenhum saiu de mãos vazias depois de entrar por mera curiosidade.
Neste novo espaço cabem todos os produtos da Arcádia, desde a pastelaria ao gelados (outra aposta recente da marca, que desenvolveu gelados artesanais com a ajuda de um mestre da gelataria italiano), passando pelos clássicos bombons e os packs comemorativos como os que foram lançados com os três principais clubes de futebol – “e que continuam a ser um sucesso, sobretudo em épocas festivas como o Natal” – ou os já tradicionais chocolates com vinho do Porto.
Em destaque está também a Gama Infantil relançada em junho para apoiar a Associação A Casa do Caminho, as tão características Línguas de Gato e as Sardinhas de chocolate. E claro, há espaço para as amêndoas e drageias de licor, as bolachas e a máquina de chocolate quente, que deverá começar a funcionar assim que o tempo arrefecer.
Para Francisco, a Arcádia está a fazer o seu percurso natural tanto em termos de crescimento quanto de posicionamento no mercado. Deverá continuar a expandir-se pelo País sempre que faça sentido – no final deste ano, ou no início do próximo contam reforçar a presença no Porto através de um novo espaço na Praça de Velasquez (renomeada Francisco Sá Carneiro): “Será uma pastelaria premium mas com um corner de chocolataria”, esclarece.
O administrador da empresa adianta ainda que o próximo ano deverá trazer mais novidades em termos de produtos, para que a casa, que caminha a passos largos para o seu centenário (está a viver o seu 86.º aniversário) não se perca em glórias passadas, mas consiga continuar a construir uma marca de futuro.