O que é o RHI e qual é o objetivo?
O RHI é como se fosse um míni Arte Institute em Portugal, e o objetivo é promover o País como destino turístico cultural e aproximar os artistas de maneira que haja uma relação de win-win com as empresas. Se o fazemos no mundo inteiro, porque não o fazemos em Portugal? [Risos.]
Porquê o nome RHI?
Porque, além de o rinoceronte [“rhi” no diminutivo em inglês] nos representar enquanto povo, e eu só descobri isso há pouco tempo, estas três letras significam: revolution, e nós queremos revolucionar as mentalidades e a maneira de fazer; hope, e sem esperança não há nada; imagination, que é como sempre fizemos as coisas no Arte Institute. Não há dinheiro, temos de usar a imaginação.
Como vai funcionar?
O modelo é o mesmo que usamos em Nova Iorque, o de funcionamento em rede. Por exemplo: nós agora vamos a São Tomé. Isso implica que o mesmo espetáculo tem de ir pelo menos a mais dois países: Angola e Moçambique. Se vamos a Macau, implica que temos de ir a Timor. Criámos uma rede internacional. Cá, queremos criar uma rede nacional.
Mas porquê o “regresso” a Portugal?
Basicamente, o que nós queremos é internacionalizar os artistas portugueses e, portanto, agora decidimos chamar os produtores estrangeiros para conhecerem os artistas, mas cá. Porque também queremos promover Portugal.
Quando vai ser lançado?
Na semana de 14 a 21 de setembro. Arranca em Lisboa com talks, workshops e espetáculos, e depois segue para as outras 11 localidades envolvidas: Caldas da Rainha, Torres Vedras, Óbidos, Alcobaça, Leiria, Guimarães, Vidigueira, Évora, Loulé, Faro e Funchal. Em algumas cidades, haverá um programa mais reduzido, mas basicamente é isto. Estamos a trazer programadores, sobretudo na área da música, que vão falar da experiência deles e que vão ouvir o que fazemos cá!
Pediram subsídios para o RHI?
Não. Este ano não pedimos subsídios nenhuns. Fomos novamente às empresas e temos a Fundação Millennium BCP, a EDP e a Caixa Geral de Depósitos a apoiarem esta iniciativa. Porque este é um projeto de Portugal para o mundo, e eles perceberam isso. A maioria das câmaras municipais ajuda na logística desta organização, e a Polarising que está a criar-nos a app. Temos ainda ajuda dos Pares Advogados, da Graça Martins e Associados e de várias organizações que estão, por exemplo, a trazer pessoas para falar. E temos uma série de parceiros. Por exemplo, em Lisboa, a música vai acontecer na Culturgest, a dança no São Luiz, o teatro, o cinema e o audiovisual no CCB, a Casa da América Latina receberá a literatura, a Fundação Oriente a educação e cidadania…
E no final, o que fica?
Basicamente, tentar criar uma plataforma em que se agregue o maior número de artistas portugueses possível e que permita construir redes dentro do País. Se um espetáculo vai àquela cidade, por que razão só vai àquela? Queremos que produtores e artistas possam trabalhar em rede e oferecer isso aos turistas. Mas tem que ser feito por todo o País, porque nós precisamos de segurar estes milhões de turistas que todos os anos vêm cá e não voltarão para ver sempre o mesmo. Temos de ser como Paris ou Londres, onde vamos para ver espetáculos.>