A colombiana Avianca, que deverá celebrar 100 anos em 2020, está desesperadamente a tentar manter-se no ar, numa altura em que o seu braço brasileiro (a Avianca Brasil) já foi obrigado a parar de voar, com os credores à perna a reclamarem milhões de reais e sem condições de garantir uma operação em segurança.
No Brasil, houve já milhares de demissões e espera-se que durante o mês de junho outro milhar de funcionários seja dispensado. Segundo os documentos de recuperação judicial, citados pela imprensa brasileira, a Avianca operava em janeiro com 5 563 funcionários. Atualmente, esse número ronda os 2 500. No passado dia 24 de maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) daquele país anunciou que suspenderia todos os voos da companhia por questões de segurança. “A decisão foi tomada com base em informações prestadas à área responsável por segurança operacional da agência”, informou a Anac, em nota citada pelo jornal Folha de São Paulo. Na mesma altura, a Avianca Brasil foi também suspensa da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o que significa que deixou de ter acesso ao Billing Settlement Plan, uma espécie de central de operadores internacionais.
Só no Brasil, a Avianca tem mais de 3 mil milhões de reais em dívida (quase 700 milhões de euros) e neste momento só conta com seis aeronaves, uma vez que as outras 29 foram arrestadas pela justiça brasileira para ressarcir os credores.
United toma as rédeas da situação
Os problemas começaram a surgir quando German Efromovich falhou o pagamento de uma dívida de 456 milhões de dólares que, em novembro, tinha contraído junto da United Continental Holdings (a empresa que detém a United Airlines) e para a qual deu 51,5% da Avianca como colateral. O empréstimo foi pedido pela BRW Aviation, o braço de investimento do Synergy Group, pertença de Efromovich, e que por sua vez detém 78,1% do capital da Avianca Holdings.