O número de mulheres empregadas em Portugal está cada vez mais próximo do número de homens com ocupação laboral, de acordo com o retrato estatístico que a Pordata elaborou para o Dia do Trabalhador, que hoje se comemora a nível mundial. No final de 2018, havia 4 866,7 mil pessoas empregadas, das quais 2 485,8 mil eram homens (51%) e as restantes 2 380,8 mil mulheres (49%) – uma diferença que não ultrapassa as 105 mil pessoas. Há dez anos, as mulheres representavam “apenas” 46,7% da população empregada que, em 2008, ascendia a 5 116,6 mil pessoas no nosso País.
De acordo com o portal da Fundação Francisco Manuel dos Santos, é no escalão etário dos 25 aos 44 anos que se concentra o maior número de trabalhadores com ocupação (46%). No escalão dos 65 anos ou mais, estão 5% dos empregados, quase tantos como o número dos que ainda não chegaram aos 24 anos de idade (6%).
Embora as estatísticas mostrem uma repartição do emprego por sexos já perto do equilíbrio, homens e mulheres ainda escolhem ocupações profissionais diferentes. Há mais mulheres (39%) do que homens (30%) empregadas no setor terciário (comércio e serviços), ao passo que no setor secundário (indústria) as proporções invertem-se, com o número de homens (17%) a superar o das mulheres (8%). Ao setor primário (agricultura), estão igualmente afetos mais homens (4%) do que mulheres (2%).
No que toca ao tipo de relação laboral, encontram-se poucas diferenças. Cerca de 41% dos homens são empregados por conta de outrem, um valor que sobe para 43% no caso das mulheres. Mas são estas as que mais trabalham a tempo parcial: 6% contra 4% dos homens.
Nunca se falou tanto de empreendedorismo como hoje, mas os dados da Pordata mostram que “apenas” 16% dos trabalhadores com uma ocupação são patrões de si próprios ou de outros trabalhadores. Trata-se de uma diminuição em relação à última década, quando naquela situação estava 23,4% da população empregada. O maior recuo deu-se nos trabalhadores por conta própria de forma isolada, que diminuíram de 17,8% para 11,4%. Já os patrões representam 5% do total (eram 5,5% em 2008) e dão emprego a 83% dos trabalhadores por conta de outrem (eram 75,7% em 2008). Só 2% dos empregadores são mulheres, valor que sobe ligeiramente para 3% entre os homens. E os representantes do sexo masculino mostram-se mais independentes: cerca de 7% são trabalhadores por conta própria, de forma isolada, contra apenas 4% no sexo feminino
As profissões que em Portugal empregam mais pessoas são as atividades intelectuais e científicas e os serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores. Cada uma destas categorias ocupa 19% da população empregada. A meio da tabela, surgem os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (13%), seguidos pelos técnicos intermédios (11%). Os trabalhadores não qualificados representam ainda 10% do total.
Olhando para as habilitações, conclui-se que 1% dos empregados não têm escolaridade, 45% tem o ensino básico, 27% tem o ensino secundário e 27% o ensino superior. São os que trabalham por conta de outrem que apresentam o maior número de licenciados: 23% do total. Entre os patrões, apenas 1% tem o ensino superior. Os restantes 3% têm o ensino básico e 1% tem o secundário.
Quanto ao vínculo laboral, 65% são trabalhadores efetivos e 15% têm contratos a termo. Cerca de 14 por cento estão empregados na função pública, dos quais 11% na administração central.
No Dia do Trabalhador, a Pordata traça igualmente o retrato das pessoas desempregadas. No final de 2018, estavam sem ocupação 365,9 mil pessoas. Eram mais homens (52%) que mulheres (48%), maioritariamente na faixa etária dos 25 aos 54 anos (62%). Como habilitações, apresentavam o ensino básico (45%), o ensino secundário (33%) e a licenciatura (20%). Cerca de metade estava desempregada há menos de um ano, mas 35% das pessoas eram já desempregados de longa duração. No total do ano passado, a taxa de desemprego apurada pelo INE foi de 7%, o valor mais baixo desde 2004.