O negócio da EDP em Portugal fechou o ano passado com um resultado líquido negativo de €18 milhões, penalizado pelo impacto de alterações regulatórias nas contas, nomeadamente a provisão para acomodar os €285 milhões exigidos pelo Estado por alegadas sobrecompensações relacionadas com os Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).
Estes são, refere a empresa liderada por António Mexia no comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), os primeiros prejuízos para a energética desde o arranque da sua privatização em 1997, contrastando com lucros de €169 milhões na operação em Portugal um ano antes.
Os impactos da fiscalidade e das decisões regulatórias, avaliados em €672 milhões, acabaram a condicionar também a atividade global da EDP, que no ano passado viu o lucro cair 53% para €519 milhões. Além do valor relacionado com os CMEC (cuja devolução a EDP está a impugnar) e de outros custos como os €65 milhões da contribuição extraordinária para o setor energético (CESE), há a contar também a ausência das receitas extraordinárias que tinham sido registadas em 2017 (€591 milhões) pela venda do negócio espanhol de distribuição de gás.
Em contraste, quando se olha para fora de Portugal, a operação brasileira da elétrica registou “os melhores resultados de sempre,” com o lucro a mais do que duplicar, e os €313 milhões de lucro da EDP Renováveis foram também um recorde.
No final do exercício o endividamento líquido da EDP reduziu-se em €422 milhões, para €13 480 milhões, suportado na venda de défice tarifário e do aumento do cash flow da operação internacional.
A administração vai propor à assembleia-geral, a realizar no próximo dia 24 de abril, a manutenção do valor do dividendo em €0,19 por ação. No ano passado, com um valor semelhante, foram distribuídos 691 milhões em remuneração aos acionistas.
Esta terça-feira a administração da EDP fará em Londres a apresentação do seu plano estratégico para os próximos anos.
*em Londres, a convite da EDP